A maioria socialista chumbou “demagógica e irresponsavelmente” o Projecto de Resolução do CDS-PP que recomendava ao Governo Regional, no âmbito da renovação da frota da SATA Air Açores, que garantisse “que, pelo menos, um dos aviões da nova frota da SATA fique estacionado na Terceira”.
Artur Lima, Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP, baseia a apresentação desta proposta “não por questões de bairrismo”, mas por “questões de prestação de melhor serviço público”, uma vez que, considerou, “com um avião na Terceira teríamos maior racionalidade, melhores horários, mais voos aos Grupos Central e Ocidental, permitiria que os açorianos das ilhas da Coesão não tivessem que pernoitar em São Miguel quando querem ir para Lisboa ou Porto e viagens mais baratas”.
“Uma região como os Açores não pode ser gerida com base numa filosofia centralista e economicista. Manter um avião com base da Terceira é garantir uma melhor operacionalidade, gestão de rotas, frota e tripulações. É útil e importante. A opção de manter um avião na Terceira acarretaria significativas melhorias no planeamento de voos entre os grupos Central e Ocidental, bem como facilitaria a deslocação de e para o exterior a qualquer açoriano, ou carga, de uma ilha sem ligação aérea directa ao exterior”, afirmou.
Uma das justificações dos socialistas para chumbarem o projecto popular prende-se com a manutenção das aeronaves, só que Artur Lima desmonta o argumento: “tal justificação não cola”, uma vez que “a manutenção dos aparelhos, inclusive do Dornier que está na Terceira há anos, é sempre feita em São Miguel”. Além disso, acrescentou, “os mecânicos que estão na Terceira têm formação e estão certificados para manutenção em escala, mesmo a aviões como os Airbus A320 e A330 e foram ao Canadá receber formação para a manutenção dos velhos Q200”.
Ironizando, Lima apontou: “se o avião estacionado na Terceira é dispendioso para a SATA, então o Governo e a SATA andaram a esbanjar dinheiro estes anos todos”.
Por outro lado, disse, “a SATA tem um avião estacionado na Madeira, onde estão em permanência três a quatro tripulações e dois a três mecânicos, numa rota altamente deficitária, e o avião vem fazer a manutenção a São Miguel”.
O parlamentar democrata-cristão advogou ainda com a argumentação de que “se o Dash Q200 estivesse na Terceira poupava, por dia, 400 milhas que se vão percorrer apenas para troca de tripulação, entre a Terceira e São Miguel. Estas 400 milhas dariam para a SATA realizar todos os dias uma segunda ligação Terceira-Graciosa-Terceira e uma segunda ligação Terceira-São Jorge-Terceira”.
Para os centristas “uma gestão bem feita e racional passa por rentabilizar os Q400 para as rotas maiores e o Q200 para os Grupos Central e Ocidental, mas como a SATA não quer, vai andar com aviões de 80 lugares com 30 passageiros (como andam hoje os ATP em algumas rotas)”.
Artur Lima lamentou ainda o fraco aproveitamento do Dornier: “porque é que o Dornier só faz três voos por semana? Porque a SATA nunca quis valorizar a Terceira e porque o Dornier tinha um contrato de Leasing desastroso”.
Perante o chumbo, Artur Lima declarou que ficou provado que “o PS não quer fixar gente qualificada na Terceira”, nem “permitir fixação de tripulações na Terceira”, assim como “permitir melhores horários para o grupo Central”.
Por fim, a lamentação de que “este Governo Regional tem esta lamentável política centralista e economicista”.