O Presidente do CDS-PP Açores, Artur Lima, apresentou, esta quinta-feira, algumas propostas à tutela da Saúde na Região para reduzir a transmissão do vírus da Gripe A nos Açores, com destaque para a distribuição por todos os lares e instituições das ilhas de “um Kit de Prevenção à Gripe A”.
Em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, o líder popular açoriano afirmou querer “dar um contributo construtivo” para o combate ao vírus H1N1, apontando que a distribuição deste Kit (contendo um folheto explicativo da evolução da doença e dos cuidados a ter para evitar a contaminação, toalhetes desinfectantes, uma máscara cirúrgica, luvas de látex e lenços de papel descartáveis), custa “muito menos do que custaram outros kit’s distribuídos no passado recente”.
“As pessoas têm que ter este mínimo para poderem, em casa, reagir de imediato caso tenham algum caso de Gripe A”, considerou.
“Construtivamente damos o nosso contributo para resolver este problema sério que pode afectar a sociedade açoriana. Para a semana este kit tem que estar pronto para começar a seguir para as casas dos açorianos”, apelou. O líder centrista considerou, ainda, que “o Governo tem a obrigação ética, moral e de cidadania de proceder à distribuição deste kit”.
Para além desta proposta, Artur Lima apontou outras duas: a vacinação imediata de todos os grupos de riscos (idosos, diabéticos, doentes crónicos, entre outros) – vacinação contra gripe normal e contra a pneumonia – processo esse que seria integralmente suportado pelo Governo Regional, assim como a instalação em todas as escolas da Região (à entrada de todas as salas de aulas e refeitórios) de frascos com gel desinfectante para as mãos.
Isto porque, acrescentou, “as crianças não têm nas escolas condições sanitárias para estarem com regularidade a lavar as mãos e como sabemos lavar as mãos é muito importante para evitar contágio. Não é preciso começar a falar em fechar escolas. É preciso é disponibilizar o material básico para prevenir a propagação do vírus”.
Para Artur Lima, estas medidas devem começar “a ser preparadas hoje”. “É urgente, pois temos tido uma média de seis novos casos por dia”.
Desmistificando Lima disse que “esta gripe é tratável”, considerando, por isso, “fundamental informar” e daí “a proposta do kit”. A gripe A, acrescentou, “tem uma taxa de mortalidade muito inferior à gripe normal. Os casos de morte da gripe A não são pelo vírus, mas por pneumonia. As pessoas só tem que saber o que tem que fazer para prevenir e tratar a gripe”.
Artur Lima elogiou a primeira fase do trabalho da Secretaria Regional de Saúde, quando a Gripe A começou a chegar ao arquipélago, nomeadamente com a criação da “Linha Saúde Açores” e com a resposta hospitalar que foi dada, mas critica e lamenta que após isto “se tenha adormecido” e “se ande a reboque do que se faz no Continente”.
Com isto o dirigente democrata-cristão quis denunciar o facto de nos Açores ainda não estarem criados os SAG (Serviços de Atendimento à Gripe) nos Centros de Saúde e Postos de Saúde da Região, como fase secundária da prevenção e tratamento dos casos de contaminação. “No Continente estes SAG já existem e funcionam há mais de um mês. Só a região do Algarve funcionam seis serviços destes”, lembrou. “Nos Açores ainda não existem. Diz-se que será para inícios de Setembro. Mas é muito tarde, dado o aumento de número de casos diários”, advertiu, porque temos “o dobro da taxa de infecção do Continente”. Assim, defende, “é urgente que se criem estes serviços” .
Por outro lado, Artur Lima lembrou que o secretário regional da Saúde apelou a “que não se deve mediatizar a Gripe”, mas denunciou que “nos Açores foi o próprio secretário que aproveitou a gripe para se mediatizar. Este foi o erro. O secretário da Saúde aparece dezenas de vezes, todas as semanas, nos jornais, em vez de vir para o terreno, de ter equipas constituídas e os serviços a funcionar”.
Por isso, defende o Presidente do CDS-PP Açores, “a divulgação das estatísticas dos casos deve ser feita uma vez por semana e não todos os dias”.
O Presidente do CDS-PP Açores terminou com o reforço do apelo ao executivo socialista para que “urgentemente” se implementem estas medidas.