Artur Lima defende Escola Profissional para a Ilha Terceira

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP, Artur Lima, defendeu, esta quarta-feira, a construção de uma Escola Profissional para a Ilha Terceira, uma vez que, entendem os populares, “temos de deixar de pensar pequeno e necessitamos de uma estratégia para a ilha”, ou seja, “está na hora de se começar a equacionar uma escola de formação profissional à escala da ilha Terceira, em vez de se andar, outra vez, a investir aqui, para depois se ir investir 20 quilómetros mais ao lado”.

 

Para o parlamentar centrista e líder regional do partido, a ilha precisa de “uma escola profissional, não interessa se em Angra se na Praia, mas que apresente níveis de qualidade e traga vantagens e mais valias para a qualificação e formação profissional dos nossos jovens”.

“É preciso que haja uma estratégia de desenvolvimento para ilha. O CDS-PP não quer uma estratégia de desenvolvimento para Angra e outra para a Praia, onde todos brigam e nada se desenvolve. Não queremos dividir para reinar. Para nós é fundamental uma escola de formação profissional da ilha, em vez de andarmos a investir em capelinhas – uma em Angra, outra na Praia – com todas as vantagens que tal trará”, considerou. 

 

Esta proposta democrata-cristã foi apresentada numa intervenção, no Parlamento, no âmbito da discussão das propostas de Plano e Orçamento regionais para 2010, onde Artur Lima lamentou que “a centralidade geográfica da ilha Terceira e as suas enormes potencialidades socio-económicas” estão a ser “descuradas” por “políticas, baseadas em meros argumentos economicistas, que dificultam a afirmação da Terceira no contexto regional”.

 

Artur Lima classificou que é “inegável que a posição geoestratégica da Terceira, no contexto regional, poderia e deveria ser aproveitada e catapultada a bem da economia regional. Mas o que, infelizmente, se constata não é bem assim”.

“Ao longo dos tempos e das governações ouvem-se discursos empolgados de altos responsáveis públicos sobre o valor e potencial desta Ilha. Mas das palavras aos actos o que se vislumbram são políticas, baseadas em meros argumentos economicistas, que dificultam a afirmação da Terceira no contexto regional”, disse.

 

O Líder Parlamentar centrista apresentou três exemplos: o Aeroporto e a Aerogare Civil das Lajes, o Porto Oceânico da Praia da Vitória e a construção da Central Geotérmica da Ilha Terceira.

Apontando baterias ao governo socialista pela falta de aproveitamento destas infra-estruturas, Lima não esqueceu, porém, o passado: “É que, só a analisar por estas infra-estruturas, percebe-se que as oportunidades estão a ser perdidas desde os tempos da governação do PSD. A Aerogare resultou da adaptação de um antigo hangar militar. O porto da Praia foi um elefante branco que ficou atrofiado. A geotermia foi, irresponsavelmente e com a conivência das estruturas da ilha do PSD, rejeitada nos anos 80. Naquela altura os norte-americanos quiseram oferecer à Região os estudos necessários para a exploração dos recursos geotérmicos. Faltou visão de futuro”.

 

Feita esta análise, o Deputado do CDS-PP voltou ao presente e lembrou que “o Presidente do Governo Regional, na Aerogare Civil das Lajes, aquando da sua inauguração, anunciou outros investimentos que são da maior importância e urgência para potenciar o aeroporto e a economia local e regional”, concretamente, “a ampliação da placa de estacionamento de aeronaves civis daquele aeroporto, da construção de um novo Terminal de Carga e dos espaços prometidos para reparação e manutenção de aeronaves e para armazenagem de equipamento de placa”.

 

Para os populares “todos são essenciais”, no entanto, “parece que pelo menos um nunca se chegará a concretizar dada, mais uma vez, a política centralista e economicista que concentra a frota da SATA Air Açores noutra ilha! Refiro-me aos espaços para manutenção e reparação de aeronaves”, lamentou.

 

Artur Lima frisou ainda que “a ampliação da placa de estacionamento de aeronaves é precisamente outro exemplo de investimento estratégico que permitiria, em diálogo com as forças militares, potenciar as escalas técnicas da aviação civil de modo a estimular o crescimento económico e a aumentar as receitas da Região”.

 

Em conclusão, “este que devia ser o Aeroporto placa giratória da Região, não pode ficar reduzido a um “apeadeiro” da SATA e também da TAP, no caso dos voos do Pico, rumo a qualquer outro destino”.

 

Outra das grandes infra-estruturas da Ilha Terceira que, segundo os democratas-cristãos, “não tem servido os reais interesses da economia regional” é o Porto Oceânico da Praia da Vitória.

“Este era o porto, nas palavras do Presidente do Governo, a 11 de Julho de 2004, que oferece excelentes condições de crescimento e que assumir-se-á como uma importante estrutura nas áreas do transporte marítimo de passageiros e cargas. Na mesma intervenção afirmava, indiscutivelmente peremptório, que com as obras que iriam decorrer naquele porto o mesmo veria “reforçada a sua capacidade para recepção de navios de cruzeiros e ferries. Hoje, indiscutivelmente peremptório, diz-se que o Governo há muito decidiu fazer um cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo”.

 

Os centristas vão mais longe e lembram que “as potencialidades do Porto Oceânico da Praia não se ficam por aqui. No local estão edificadas as infra-estruturas de uma espécie de estaleiro de reparação e construção naval. Obsoleta, sem utilização, avariada, enferrujada, esta infra-estrutura mal funcionou e encontra-se totalmente abandonada. Mais uma oportunidade perdida que, todavia, ainda pode vir a ser remediada”, alertou.

 

Por outro lado, “projecto demasiado atrasado para os superiores interesses da ilha e dos Açores é o da construção da Central Geotérmica. A história rola desde os idos anos da década de 80. As justificações são muitas, mas a certeza é só uma: este projecto não pode sofrer mais qualquer atraso”.

Artur Lima aponta que “este é um projecto fulcral para o desenvolvimento da Região”, pois “pode concentrar novas tecnologias, mão-de-obra altamente qualificada, reduzir a pegada ambiental, e sobretudo diminuir a dependência externa em relação aos combustíveis fósseis e, consequentemente, os custos com a energia”.

 

Os populares açorianos entendem que “a Ilha Terceira tem muitas potencialidades, como todas as outras ilhas” pelo que é preciso “aproveitá-las, tornando-as complementares e não competitivas numa estratégia de desenvolvimento integrado dos Açores”. 

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