A Associação Académica da Universidade dos Açores desvalorizou ontem as funções do Provedor do Estudante, a quem recorreram apenas 12 alunos desde o início do ano lectivo, considerando que “não traz nada de novo” aos estudantes.
“Entendemos que o Provedor do Estudante, que arrancou no início deste ano lectivo, não é uma figura necessária, porque a Associação Académica representa bem os estudantes, fazendo a ponte com serviços da universidade”, afirmou Fernando Moreira, presidente da associação, em declarações à Lusa.
O Provedor do Estudante da Universidade dos Açores iniciou a sua actividade em Setembro, na sequência da aprovação dos novos estatutos desta instituição de ensino superior, uma imposição da legislação nacional.
Segundo Fernando Moreira, a criação do provedor não implicou uma menor intervenção da associação académica em assuntos relacionados com “matrículas, inscrições em cadeiras ou lançamento de notas”.
“Quando existe algum tipo de reclamação, os estudantes continuam a vir ter connosco. E, em casos mais complexos, podemos apresentar um pedido de explicação junto da reitoria”, frisou o dirigente estudantil.
Fernando Moreira adiantou que a associação “intervêm em cerca de 10 casos por semestre”.
Contactado pela Lusa, o Provedor do Estudante, João da Silva Madruga, revelou que, no primeiro trimestre deste ano lectivo, recorreram aos seus serviços 12 alunos dos pólos de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.
As questões levantadas por estes alunos estavam relacionadas com bolsas de estudo, processos de transferências e lançamento de notas de mestrado, existindo ainda um caso de lapso na inscrição na disciplina para exame para maiores de 23 anos.
“Até à data não existiu nenhum caso que não se tentasse resolver”, assegurou João da Silva Madruga, frisando que “o provedor dá um cunho institucional, tentando zelar pelos estudantes”.
O Provedor do Estudante é “uma figura de apoio, que tem o poder de sugerir e aconselhar os órgãos da universidade”, salientou.