Associação ambientalista defende aquisição de produtos biológicos por escolas e hospitais

A associação ambientalista Gê Questa pretende que as escolas e os hospitais dos Açores adquiram produtos com origem biológica certificada, de forma a que crianças e doentes consumam produtos sem resíduos de quimícos.

“Têm aparecido nas análises regionais e nacionais níveis muito elevados de pesticidas”, afirmou Vítor Medina numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, na Terceira, onde foi apresentada a proposta enviada ao Governo Regional e à Assembleia Legislativa dos Açores.

O dirigente ambientalista salientou que se estima que, até 2014, sejam retiradas do mercado cerca de sete centenas de substâncias químicas usadas na agricultura, facto que comprova o “envenenamento diário” a que a população está sujeita.

A proposta da Gê Questa defende ainda que as escolas e os hospitais açorianos prefiram produtos locais nas suas compras, funcionando como “meio para aumentar a saúde económica, social e ambiental da região”.

Nesse sentido, a associação propõe que as aquisições de produtos biológicos correspondam a um por cento do total nos primeiros três anos, aumentando essa percentagem progressivamente em função da oferta disponível.

“Um por cento é pouco, mas é a possibilidade de o mercado local se adaptar às circunstâncias, ou seja, de adaptar a oferta à procura”, frisou Vítor Medina, acrescentando que esta medida teria também vantagens para a proteção ambiental, já que permitiria reforçar a qualidade da água, do peixe e do ar.

Nesta conferência de imprensa, a associação ambientalista anunciou ainda a abertura de candidaturas para o III Programa de Voluntariado Ambiental, que decorrerá entre 06 e 22 de julho, na ilha Terceira, e entre 03 e 18 do mesmo mês, na ilha das Flores.

O programa, que conta com 30 vagas, está aberto à participação de portugueses e estrangeiros, incidindo sobre agricultura biológica e sensibilização ambiental, garantindo a associação estadia, alimentação e transportes dentro do arquipélago.

Para o diretor regional da Juventude, Bruno Pacheco, esta iniciativa poderá dar acesso ao reconhecimento de competências adquiridas em projetos de voluntariado, que o executivo regional se prepara para começar a avaliar.

 

Lusa

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