“A floresta nativa, designada por Laurissilva, tem visto reduzida a área em todas as ilhas e está ameaçada pelas espécies invasoras”, alertou a Associação de Proteção e Promoção Ambiental dos Açores.
A Associação de Proteção e Promoção Ambiental dos Açores (APAA) apelou este sábado ao Governo Regional para que aposte na recuperação da floresta Laurissilva, realçando a sua importância na proteção dos solos e na conservação de recursos hídricos.
“A floresta nativa, designada por Laurissilva, tem visto reduzida a sua área em todas as ilhas e está ameaçada pelas espécies invasoras”, alertou a associação, em comunicado de imprensa, sugerindo que o executivo açoriano recorra ao Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e Ação Climática para promover “iniciativas de controlo de espécies invasoras, recuperação e restauro de áreas da Laurissilva”.
Em vésperas do Dia Mundial da Floresta, que se assinala na próxima segunda-feira, a APPAA salientou que a Laurissilva é “fundamental para a proteção dos solos, evitando os deslizamentos de terras”, e defendeu intervenções “prioritárias” na Lagoa do Fogo e no Vale das Lombadas, na ilha de São Miguel.
“A Lagoa do Fogo é uma das reservas naturais da ilha de São Miguel e necessita de uma recuperação semelhante à que vem sendo realizada na Reserva Natural do Pico da Vara e zonas adjacentes”, apontou.
A
propósito do Dia Mundial da Água, que se comemora no dia seguinte, a associação sublinhou também que a Laurissilva é “o melhor meio de garantir a conservação dos recursos hídricos no subsolo”. “A floresta garante para o futuro da qualidade e quantidade da água que existe nos aquíferos na região”, reforçou.
Na quarta-feira, assinala-se o Dia Mundial da Meteorologia, data que leva também a APPAA a destacar a importância da preservação da floresta nativa dos Açores, no combate à seca. “Os estudos em cooperação do mundo científico vêm alertando para as alterações climáticas. O modelo das alterações para os Açores indica a maior frequência de tempestades e de maior gravidade, alternando com períodos mais longos sem precipitação”, alertou.
Segundo a associação, “a reserva da água para os períodos de seca, que já têm ocorrido, não pode depender exclusivamente da realização de obras, dependerá sobretudo da gestão do solo”. Nesse sentido, propôs “o alargamento da área de floresta da Laurissilva em todas as ilhas, sobretudo em Santa Maria, Pico e Graciosa”, onde “os problemas de armazenamento e de distribuição são antigos”.