O investimento da Adeliaçor no Turismo Cultural passa pela criação de itinerários turísticos temáticos no seu actual território de intervenção, como forma de desenvolver um “turismo de qualidade nos Açores”.A Adeliaçor (Associação para o Desenvolvimento Local das Ilhas dos Açores) está, de momento, a organizar um Congresso de Turismo Cultural, a realizar-se na Ilha do Faial, entre 25 e 27 de Março, segundo a coordenadora Arlene Goulart.
“Este evento conta já com a confirmação de conferencistas, oradores e moderadores, regionais, nacionais e internacionais. Do programa provisório destacam-se as duas temáticas-chave: Cultura e Património e Itinerários Turísticos Temáticos”, adianta Arlene Goulart. O Turismo Cultural é um turismo centrado na apreciação do património histórico-cultural de um determinado local, sendo, por isso, um domínio de eleição e que “tem registado maior crescimento em termos mundiais”, segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo).
Explicou ainda a coordenadora da Adeliaçor que este tipo de turismo tem um papel muito importante num país, actuando como “veículo de divulgação e valorização dos valores culturais do território, fruto de um contacto mais alargado dos turistas com os recursos patrimoniais, as tradições, a cultura e a comunidade locais”. São, muitas vezes, “os fluxos turísticos que contribuem para a preservação das tradições populares ou para estimular os movimentos culturais de vanguarda, gerando condições mais vantajosas por via do incremento extraordinário dos públicos”, afirma Arlene Goulart. Em relação ao Turismo Cultural, definiu-o como sendo “uma das formas de turismo mais modeláveis, mais evolutivas e com maior capacidade de auto-regeneração, por se apoiar fortemente em dinâmicas humanas, ao contrário de outros produtos turísticos mais dependentes de aspectos naturais imutáveis”. Quanto à importância que este tipo de turismo assume nos Açores, Arlene Goulart revela que a “valorização e divulgação do património cultural do povo açoriano, através do Turismo Cultural, contempla o duplo objectivo de desenvolver o sector turístico da Região, preservando a memória colectiva, as tradições, o património edificado, a gastronomia e o folclore”.
O Turismo Cultural é, “entre as várias formas de turismo, a melhor para cumprir o objectivo estratégico para estas ilhas – desenvolver um turismo de qualidade”, acentuou a coordenadora da Adeliaçor. Questionada acerca do surgimento do projecto de criação de Itinerários Turísticos Temáticos, esclareceu que este surgiu no âmbito da definição da estratégia de desenvolvimento local, levada a cabo pela Adeliaçor, para o seu território de intervenção (São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo), aquando da candidatura à gestão do Programa de Iniciativa Comunitária LEADER+. Confrontada com a hipótese de o projecto poder ser alargado a outras ilhas, a coordenadora respondeu que “a Adeliaçor apenas intervém nas cinco ilhas referidas e que para o projecto ser alargado às restantes ilhas dos Açores, terá que haver interesse destas entidades em fazê-lo”.
Para que São Miguel fizesse parte deste projecto teriam que ser “avaliadas as condições de suporte dos itinerários e escolhidas as temáticas mais adequadas à oferta disponível, fazendo um diagnóstico dos valores culturais e patrimoniais de forma a identificar áreas temáticas com relevante interesse turístico”.
relevância do Turismo Cultural nos açores
Necessidade de diversificação da oferta
O turismo é, reconhecidamente, um dos sectores de actividade emergentes. Daí a necessidade de diversificar a oferta turística actual, levando-a a contemplar, para além das dimensões económica e social, a dimensão cultural.
Assim sendo, foram criados na Adeliaçor – Associação para o Desenvolvimento Local das Ilhas dos Açores – seis itinerários turísticos temáticos, designados por Rotas.
São eles o Vinho, os Vulcões, o Queijo, a Faina Baleeira, as Águas Férteis e os Colonos e Corsários. Mas, por enquanto, apenas quatro temáticas estão a ser alvo de implementação: a Rota do Vinho e Rota da Faina Baleeira, na Ilha do Pico; a Rota dos Vulcões, nas Ilha do Faial e do Corvo; a Rota da Faina Baleeira, na Ilha das Flores e a Rota do Queijo, na Ilha de São Jorge.
As Rotas poderão ser concretizáveis de forma organizada, recorrendo diractamente à Adeliaçor, ou de forma autónoma.
in AOriental / Maria Monteiro
