A Associação de Doentes de Dor Crónica dos Açores, única do género em Portugal, assinala hoje oito anos e ambiciona fazer uma parceria com o hospital de Ponta Delgada para reencaminhamento dos seus utentes para uma consulta especializada.
“É uma luta que temos há oitos anos no sentido de estabelecermos, com o hospital, um protocolo para que pudéssemos enviar os nossos sócios a um rastreio e depois encaminhar os que tivessem necessidade para a consulta da dor”, afirmou António Vilar, membro da direção, em declarações à Lusa.
Segundo António Vilar, a associação tem cerca de 190 sócios e “alguns estão na consulta da dor”, mas há “outros que não têm um acesso tão direto ao hospital” já que têm de “ir primeiro ao médico de família”, mas há também “os que não recorrem aos médicos e sofrem em silêncio”.
O hospital de Ponta Delgada dispõe de uma unidade multidisciplinar da dor e a associação assume-se como um apoio psicológico para estes doentes com dor crónica, pois oferece um vasto leque de atividades de apoio aos utentes, desde um serviço de enfermagem, massagens terapêuticas, trabalhos manuais, pintura, renda, ioga ou ‘reiki’, que contribuem para melhorar a qualidade de vida dos doentes.
A Associação recebe uma média diária de 12 a 15 pessoas, e segundo António Vilar, 99% do trabalho na associação é voluntariado e muitos dos utentes “são pessoas com rendimentos um pouco baixos”.
“A porta está aberta todos dias das 09:00 às 18:00. Lutamos todos os dias pelo bem-estar dos nossos utentes”, frisou o membro da direção de uma instituição que continua também a ter como preocupação “a falta de um meio de transporte” para os seus utentes, “alguns com dificuldades de locomoção e outros que residem longe de Ponta Delgada”, já que este serviço “é efetuado através do aluguer de um meio de transporte às segundas e quinta-feiras”.
Em junho do ano passado, a associação inaugurou uma nova sede, no centro de Ponta Delgada, o que permitiu alargar as atividades dos sócios, que pagam uma quota anual de 1,50 cêntimos.
A Associação de Doentes de Dor Crónica dos Açores recebe um financiamento governamental por se tratar de uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).
A dor crónica, que se estima que afeta 35 por cento da população dos Açores, resulta principalmente de doenças ósseas, lombalgias e dores das articulações, mas existe também a dor oncológica, a dor da fibromialgia, a dor pós-cirúrgica e a dor neuropática, que aparece em doentes como os diabéticos.
Lusa