Associação Nacional de Sargentos preocupada com falta de assistênci​a médica a militares nas regiões autónomas

O presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), António Lima Coelho, criticou hoje a falta de assistência médica aos militares destacados nas regiões autónomas, que são obrigados a deslocar-se ao continente em alguns tratamentos médicos.
“Não faz sentido nenhum, numa altura em que se fala em aumentar uma hora de trabalho diário para os trabalhadores, que se aceite como normal que um militar para ter tratamento tenha de apanhar um avião e passar uma semana no continente porque aqui não há condições para esse tipo de assistência”, salientou.
Lima Coelho falava, em declarações à Lusa, no final de uma reunião com sargentos destacados na Base Aérea nº 4, na ilha Terceira, nos Açores, que decorreu no Museu do Carnaval, na vila das Lajes.
O presidente da ANS considerou que não faz sentido que não existam protocolos com hospitais e clínicas privadas, que evitem que os militares se desloquem ao continente, quando eles podem ser sancionados disciplinarmente por negligenciarem a sua saúde.
“Isto não pode ser tudo visto à luz de meros dinheiros, porque questionemos quanto é que custará transportar um militar durante uma semana para o continente”, frisou.
A reunião com os militares destacados na ilha Terceira, inserida numa ronda que o presidente da associação tem feito pelo país, prendeu-se sobretudo com as dúvidas sobre as alterações legislativas, anunciadas nos últimos meses.
Para Lima Coelho há uma “indefinição” nas alterações que estão a ser introduzidas, o que coloca em causa “a própria continuidade das Forças Armadas tal como a constituição as prevê”.
“O que está em curso é o claro desmantelamento das Forças Armadas, a descaracterização da condição militar”, criticou.
O presidente da ANS considerou que é “pouco sério” que alguns projetos de lei indiquem que o estatuto dos militares das Forças Armadas está em revisão e que os militares não tenham “o mínimo conhecimento do que está a ser revisto”.
“Quando aparecem medidas avulso de aumento de tempo de serviço num determinado posto para efeito de promoção sem se justificar, sem se quantificar, metido à pressa e a cavalo, numa legislação que nada tem a ver com os militares, isso só pode suscitar as maiores preocupações”, frisou, alegando que “se há profissionais que não podem trabalhar na instabilidade são os militares”.
Ainda que os destacamentos português e norte-americano na Base das Lajes, na ilha Terceira, tenham funcionamentos diferentes e que a redução do efetivo militar norte-americano previsto não afete diretamente os militares portugueses, Lima Coelho admitiu que exista uma preocupação por parte dos militares com as alterações que se farão sentir no meio em que estão inseridos.
“A missão com mais efetivos é uma missão que se executa com outro tipo de dinâmica”, frisou, admitindo que a redução possa “baixar o índice motivacional”.

 

Lusa

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