A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, disse hoje na Terceira, Açores, que o país tem que estar preparado para combater as mudanças climáticas, salientando que, apesar de ter chovido na quinta-feira, “é preciso que chova muito mais”.
“Aquilo que se procura e se procurará no futuro é ter circunstâncias cada vez mais capazes de reagir às incertezas do clima, por exemplo, quando falamos da irrigação como sendo uma área importante para o país desenvolver também tem a ver com isto”, frisou a ministra durante a visita a uma exploração agrícola.
Assunção Cristas confirmou que já existem prejuízos devido à seca, mas salientou que, se continuar a chover, a dimensão “não será tão grande”.
“Ontem [quinta-feira] choveu e se março for um mês de boa chuva, pode ser que as coisas se atenuem bastante”, afirmou a ministra, acrescentando que já estão a ser acionados mecanismos em Bruxelas para minimizar os prejuízos.
“Já sinalizámos informalmente [Bruxelas], vamos fazer pontos nos conselhos [de ministros], quer de Ambiente quer de Agricultura, e internamente estamos também a avaliar as várias situações e a acompanhar com a ‘task force’ que está no terreno”, frisou.
Segundo Assunção Cristas, o Governo tem a ideia dos prejuízos “do ponto de vista qualitativo”, mas é preciso “continuar a monitorizar e ir obtendo informação cada vez mais precisa e quantitativa sobre esta matéria”.
“Ainda na quinta-feira, no Conselho de Ministros, aprovámos a moratória das linhas de crédito que os agricultores têm, que durante um ano poderão não pagar juros, o que lhes dá algum desafogo na tesouraria”, recordou.
Na quinta-feira, o Ministério da Agricultura divulgou um relatório sobre a situação da seca no país até 15 de fevereiro segundo o qual 70% do território do Continente estava em seca severa e 5% em seca extrema em zonas do litoral norte e Douro (entretanto o Observatório da Seca do Instituto de Meteorologia indicou que a 29 de fevereiro estas taxas eram já de 68% e 32%, respetivamente).
Assunção Cristas visitou hoje à tarde uma queijaria artesanal e uma exploração agrícola na ilha Terceira, onde se encontrou com jovens agricultores.
“Nos Açores há uma percentagem maior de jovens agricultores e, nessa medida, são um exemplo para o país”, disse, frisando que é preciso “trazer mais gente nova para a agricultura” a nível nacional.
Lusa