O presidente da Atlânticoline congratulou-se hoje com a suspensão da greve dos trabalhadores da empresa de transporte marítimo açoriana, realçando que foi alcançado “um acordo que satisfaz as duas partes”.
“É um motivo de satisfação. Houve um entendimento que ficou alcançado. O acordo teve essa vantagem de ir ao encontro das duas partes”, sublinhou Francisco Bettencourt, em declarações à agência Lusa.
A paralisação decorria desde 07 de março e visava aumentos salariais de 15% para os maquinistas de 1.ª classe, valor que a administração da empresa considerava financeiramente “incomportável”.
“Infelizmente não foram analisados aspetos que a empresa achava importantes, mas perante as pretensões que cada uma das partes pretendia foi um acordo que satisfaz”, acrescentou Francisco Bettencourt.
Em declarações à Lusa o presidente da Atlânticoline disse ainda que era “extremamente importante” para a empresa chegar a um entendimento que permitisse suspender uma greve que já durava desde 07 de março e que causou “grandes transtornos” aos passageiros, principalmente junto daqueles que fazem a travessia do canal diariamente, nomeadamente os doentes que se deslocam do Pico para tratamentos no Hospital da Horta, na ilha do Faial.
“Esta era uma grande preocupação nossa. Agora com o normalizar da situação voltamos a fazer as viagens todas que estão previstas nesse contrato de obrigações de serviço público”, vincou o presidente da Atlânticoline.
Além dos constrangimentos junto dos passageiros, Francisco Bettencourt sustentou que a paralisação também causa prejuízos ao nível da empresa.
“Obviamente que tem prejuízos, tanto ao nível da imagem da empresa, como a nível financeiro, uma vez que temos um contrato de obrigações de serviço público com o Governo Regional que não estava a ser cumprido na sua plenitude, porque as viagens previstas nesse contrato não estavam a ser efetuadas”, explicou.
O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca cancelou a greve na Atlânticoline, uma decisão tomada em plenário de trabalhadores por maioria.
De acordo com uma notícia divulgada na quarta-feira pela Antena 1/Açores, a desconvocação foi decidida na terça-feira, depois de na última reunião de conciliação entre o sindicato e a administração da empresa “ter havido um princípio de entendimento”.
Na quarta-feira em declarações à Lusa, o dirigente sindical regional Clarimundo Batista referiu que o resultado “foi ao encontro” às pretensões dos trabalhadores, “mas não na totalidade, porque em negociações nunca há vitórias a 100%”.
A empresa transporta anualmente quase meio milhão de passageiros e cerca de 30 mil viaturas, sobretudo entre as denominadas ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), onde opera todo o ano, com recurso a quatro embarcações (dois navios e dois ferries).
De acordo com o sindicato, a empresa tem cerca de 200 trabalhadores, sendo que 54 estão ligados à parte marítima da operação.
Lusa