A Atlânticoline anunciou o encerramento do concurso para a construção de dois navios que vão operar nas ilhas do Grupo Central, na sequência da desistência do único concorrente convidado a apresentar proposta.
Apesar deste atraso, Carlos Reis frisou que não está em causa o transporte de passageiros nas Ilhas do Triângulo (Pico, Faial e S. Jorge), porque os dois navios que estão a operar actualmente “têm uma longevidade prevista de seis ou sete anos”.
Na origem da decisão de encerrar o concurso está a posição assumida pelos estaleiros holandeses Damen ShipYards de não apresentar nenhuma proposta, depois de terem sido os únicos concorrentes convidados a apresentar proposta.
O processo já tinha sofrido uma suspensão em meados de Abril, na sequência dos pedidos de esclarecimentos técnicos adicionais feitos pelos estaleiros holandeses.
Segundo Carlos Reis, a desistência foi originada, não por questões técnicas de que tinham sido pedidos esclarecimentos, mas por razões relacionadas com “penalidades e resolução do contrato”.
O presidente da Atlânticoline admitiu que o novo concurso que será lançado deve manter as condições do que foi agora encerrado, frisando ter a “convicção de que o concurso estava bem”, mas frisou que a decisão final “ainda não foi tomada”.
Algumas das condições exigidas no concurso suscitaram fortes críticas da Associação das Indústrias Navais, para quem essas condições inviabilizavam a participação dos estaleiros nacionais.
Os dois navios, orçados em 18 milhões de euros, destinam-se ao transporte de passageiros e viaturas nas Ilhas do Triângulo, sendo ambos do tipo monocasco, com 37 metros de comprimento.
Um dos navios terá capacidade para 298 passageiros e seis viaturas e o outro para 214 passageiros e 12 viaturas, dispondo ambas as embarcações de rampas de popa para embarque e desembarque de viaturas e passageiros e rampas laterais para passageiros, devendo atingir uma velocidade de 15 a 17 nós.