Atlântida não atinge 19 nós

O relatório dos testes de mar efetuados ao ferrie Atlântida pela empresa Germanischer Lloyd indica que o navio apenas atingiu uma velocidade de 16,5 nós a 85 por cento da potência dos motores, quando o contrato exigia 19 nós.

O documento, a que a Lusa teve hoje acesso, refere-se aos testes realizados entre 24 e 26 de março de 2009 por encomenda dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que construíram o navio para o Governo dos Açores, que o rejeitou por não cumprir os requisitos contratuais.

O relatório denominado ‘Ship Speed and Power Measuremenst on MV Atlântida’, com o número NB-EE 2009.048 B, indica que o navio Atlântida atingiu uma velocidade máxima de 17,78 nós quando usava 110 por cento da potência dos seus dois motores.

O contrato entre os ENVC e o Governo dos Açores exigia uma velocidade de 19 nós a 85 por cento da potência dos motores, admitindo que o navio poderia ser aceite se atingisse uma velocidade entre 18 e 19 nós, definindo para o caso clausulas indemnizatórias.

Mesmo usando 90 por cento da potência, cinco por cento acima do acordado, nos testes realizados pela Germanischer Lloyd o navio apenas conseguiu navegar a 17,13 nós.

Na sequência destes resultados, os ENVC repetiram os testes por duas vezes, uma com o acompanhamento da Atlânticoline e outra novamente com recurso à Germanischer Lloyd, não tendo o navio conseguido atingir os requisitos contratuais em nenhuma das ocasiões.

No início de outubro, o secretário de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino, disse à Lusa que o Atlântida tinha conseguido atingir uma velocidade superior à contratualmente prevista durante os testes de mar recentemente realizados.

“Os testes de mar que o navio fez entre Viana do Castelo e Lisboa revelaram que é capaz de fazer uma velocidade superior a 19 nós, contrariamente ao que havia sido dito anteriormente e que teria sido uma das justificações para a celebração do acordo de rescisão do contrato de fornecimento”, afirmou o secretário de Estado.

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