A mesma fonte garantiu que o deputado “ainda não foi constituído arguido” na queixa crime apresentada por Fernando Esteves e Maria Henrique Espadinha, tanto mais que a sua audição no processo depende de um pedido de levantamento da imunidade parlamentar. A queixa foi apresentada no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa depois de Ricardo Rodrigues ter sido filmado a apropriar-se dos gravadores dos dois jornalistas da revista Sábado durante uma entrevista nas instalações da Assembleia da República.
O vídeo da entrevista e do que sucedeu no final da conversa ficou entretanto na posse dos jornalistas, tendo sido disponibilizado no site da revista. O deputado socialista anunciou em conferência de imprensa que tinha interposto uma providência cautelar para impedir a divulgação da entrevista e explicou a sua decisão com a “pressão exercida” pelos jornalistas, dizendo que “constituiu uma violência psicológica insuportável”.
A atitude do deputado socialista foi condenada por diversos organismos do sector da comunicação social, como o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, a organização internacional Repórteres sem Fronteiras, a Comissão da Carteira de Jornalista ou a Associação de Imprensa. Entretanto, na última semana, a Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais recusou um requerimento do presidente do Conselho Deontológico dos jornalistas para discutir a “violação dos direitos dos jornalistas” que considerou ter existido quando o deputado Ricardo Rodrigues levou os gravadores.