No seu discurso de posse, o dirigente associativo sublinhou que não basta inscrever no programa do Governo a Educação como prioridade, sem que isso se traduza em investimento, nomeadamente no acesso real à Educação dos mais carenciados.
“Não admitiremos aumento das propinas pela diminuição do financiamento estatal e muito menos mais reduções nas bolsas de estudo, porque o ensino superior não pode, de um momento para o outro, ser barrado aos mais carenciados. Este violento ataque aos estudantes tem de ser parado”, declarou, reconhecendo existir nos órgãos da Universidade de Aveiro sensibilidade social.
Generalizando, Tiago Alves questionou que, “se as universidades em teoria são alavancas de grande progresso, então que se façam delas verdadeiras armas de combate à crise”.
Para isso, defendeu, tal como para vencer uma guerra se investe no armamento, “também as universidades precisam de um forte investimento, ao contrário das políticas desenvolvidas para o setor”.
Hélder Castanheira, administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro, ilustrou com números os apoios que têm sido dados à comunidade universitária:
Existem 1.175 camas e projeto aprovado para mais 545, foram servidas em 2011 um milhão de refeições, há 4.500 candidatos a bolsas e foram realizadas no ano passado 7.862 consultas médicas através do Centro de Saúde Universitário.
Noutras áreas, houve apoio a mais de uma centena de atividades culturais, a loja dos Serviços vendeu em 2011 85.049 livros e 12.742 atletas foram apoiados na prática desportiva além de estar prevista a criação de um balcão multi-serviços tipo loja do cidadão universitário.
Também o reitor Manuel Assunção fez uma referência ao apoio social aos estudantes salientando que, por decisão do Senado Universitário, tem sido concedido um apoio extraordinário com os recursos da Universidade aos casos mais dramáticos, independentemente das bolsas de estudo que resultam do financiamento estatal, e que a UA se esforçará por manter.
“Queremos evitar que as dificuldades financeiras se reflitam no abandono escolar, mas muito depende também da envolvência regional, onde tem sido feito um caminho interessante com a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e com algumas autarquias”, disse.
Manuel Assunção aproveitou para exortar a própria Câmara de Aveiro a ter “uma maior perceção da importância da Universidade” e retorquiu a uma afirmação feita momentos antes pela vereadora da Cultura da Câmara aveirense, que na sua intervenção observou que “por vezes os estudantes incomodam no bom sentido”.
O reitor não gostou das palavras empregues e sugeriu que pensassem “o que seria Aveiro hoje sem a sua Universidade, concluindo que “os estudantes não incomodam, antes dinamizam e dão vida à cidade”.