O presidente da câmara destacou ainda a necessidade de existirem garantias de que “é uma empresa para continuar, porque a cidade de Viana do Castelo vive há mais de 60 anos com os estaleiros navais, é uma empresa fundamental para o seu tecido socioeconómico”.
“Eu diria que é um pulmão da própria cidade”, acrescentou.
José Maria Costa defendeu quem, para assegurar que esta privatização corra bem, “tem de se acautelar, nesta fase concreta, que todas as situações estão incluídas”, referindo-se à manutenção dos empregos e da empresa.
“O Estado e o Governo têm de fazer o melhor de si próprios, que é de encontrar boas soluções”, disse.
José Maria Costa disse ter sentido da parte do Governo “sinceridade e preocupação” nessa matéria.
O autarca mostrou-se disponível para acompanhar todo o processo de privatização e para “colaborar no que for necessário para a viabilização dos estaleiros navais”, mas admitiu que esse não é um cenário do seu agrado.
“Naturalmente que o cenário que gostaríamos era um cenário em que houvesse a possibilidade de haver concretização de um plano militar, com a construção de patrulhas, mas temos um enquadramento nacional de dificuldades, sabemos que há mais dificuldades em injetar mais dinheiro do erário público nos estaleiros de Viana”, afirmou.
Escusando-se a avançar com valores da privatização, o autarca disse apenas que dentro de quatro meses poderá ser conhecido o candidato a gestor dos estaleiros navais.
O Governo vai lançar, dentro de 45 dias, um concurso público internacional para a reprivatização total dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), disse à Lusa fonte do Ministério da Defesa na segunda-feira.
Segundo a mesma fonte, já foram contactados potenciais grupos económicos ligados à indústria naval chinesa e russa interessados na compra dos ENVC, mas também investidores nacionais.
O Governo pretende reprivatizar a empresa – nacionalizada há 37 anos a pedido dos trabalhadores e da própria administração -, nos próximos quatro meses.
A reprivatização torna obrigatório o concurso público internacional, senão a solução passaria por uma negociação direta.
De parte ficam outras soluções que chegaram a ser propostas por alguns grupos interessados, como a concessão da exploração ou uma privatização parcial.
Lusa
