A coordenadora nos Açores do Bloco de Esquerda, Zuraida Soares, apresentou hoje a sua candidatura à Câmara da Ribeira Grande nas autárquicas de 29 de setembro, prometendo “dar voz” a quem “não tem negócios nem propriedades”.
Zuraida Soares, que contou com a presença da coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, na apresentação da candidatura, sublinhou que os habitantes da Ribeira Grande já sabem com o que podem contar por parte do partido.
“O BE tem na Ribeira Grande um património de uma intervenção responsável, propositiva, de crítica, de denúncia permanente quer na assembleia municipal, quer na assembleia da freguesia”, sublinhou.
Zuraida Soares prometeu, assim, “dar voz àqueles que não têm voz porque não tem negócios nem propriedades, que são normalmente aqueles que mandam nas autarquias”, acrescentando que esta é uma marca dos autarcas do Bloco em qualquer concelho.
“Os ribeira-grandenses e as ribeira-grandenses sabem com o que podem contar quando se trata de eleitos do BE. Podem contar com transparência, abertura permanente à participação de todos e todas, com capacidade de luta contra os interesses e os negócios instalados, com a denúncia doa a quem doer, com a defesa de quem trabalha e seus direitos”, afirmou.
Zuraida Soares, que é deputada na Assembleia Legislativa Regional, prometeu ainda uma “defesa intransigente da democracia”, considerando que é “urgente romper, também no sistema autárquico, com a eterna e inútil bipolarização”, referindo-se à alternância no poder entre PSD, “com ou sem CDS”, e PS.
Por outro lado, sublinhou que a sua candidatura tem um “ponto de partida muito claro”: “Não faz sentido pensar a Ribeira Grande, como qualquer outro concelho, sem ter em conta as necessidades concretas, diárias, das pessoas”.
“Os munícipes e as munícipes da Ribeira Grande não são formigas num carreiro e o carreiro não pode ser sempre o PS e o PSD. As pessoas têm voz e capacidade de decisão e no BE queremos ouvir e dar voz a todos e todas”, afirmou.
Zuraida Soares revelou ainda que o BE/Açores apresentará “seguramente” candidaturas às autárquicas na Terceira (Praia da Vitória e Angra do Heroísmo) e no Faial (Horta), além das duas hoje divulgadas (Ponta Delgada e Ribeira Grande, na ilha de São Miguel).
Catarina Martins, por seu turno, reiterou que nestas eleições o BE tem como linhas orientadoras a defesa da democracia, “a defesa intransigente dos bens públicos essenciais” e a “resposta à emergência social”.
Sublinhando que estas são as primeiras eleições “da era da ‘troika'”, acrescentou que a “austeridade é autoritária” e referiu que limita os instrumentos da democracia e da pluralidade e, “não por acaso, o poder local foi o primeiro poder a ser atacado”, com a “extinção de freguesias” e uma lei das finanças locais que lhe limita a capacidade de resposta.
No caso dos Açores, apontou o “ataque à RTP”, que, considerou, limitará a capacidade de cobertura da campanha autárquica.
Catarina Martins sublinhou ainda que nestas eleições estão em causa as propostas locais, mas também a “responsabilidade de quem assume funções políticas face à crise grave que se abate sobre o país”.
Lusa