O presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, pediu na sexta-feira à noite aos candidatos do partido nas eleições autárquicas de outubro para só prometerem o que podem cumprir e darem prioridade às políticas sociais.
“Não façamos nós aquilo que os nossos adversários políticos têm feito. Vamos prometer aquilo que podemos fazer e vamos especialmente fazer aquilo que prometemos [após a eleição]”, disse Duarte Freitas.
O líder do PSD/Açores falava na Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, na abertura de uma “sessão de trabalho” com candidatos do partido às autárquicas na região que contou com a presença do secretário-geral do PSD nacional, José Matos Rosa.
Destacando que estas eleições coincidem com “a maior crise económica e financeira da autonomia” e os açorianos enfrentam “enormes dificuldades”, Duarte Freitas pediu também aos candidatos uma “atenção muito especial”, “um esforço”, para no trabalho que desenvolverem nas autarquias e nos compromissos eleitorais “terem as políticas sociais, de família, de apoio aos que mais precisam como primeira prioridade”.
“Ser sérios e procurar ajudar quem mais precisa é o desafio que o momento nos lança”, afirmou.
Insistindo por diversas vezes na questão da “seriedade”, Duarte Freitas deu um “exemplo de hoje mesmo” para ilustrar a importância de fazer esse “esforço de seriedade política todos os dias” e “do princípio ao fim”.
Segundo afirmou, hoje, “contra tudo aquilo” que o PS/Açores disse, o presidente do executivo regional, Vasco Cordeiro, “recebeu um sindicato ligado à EDA”, a elétrica açoriana, para “de certa forma abrir a porta ao debate da possibilidade da privatização” da empresa.
Segundo Duarte Freitas, na campanha eleitoral para as regionais de outubro passado e no debate do programa do Governo dos Açores, em novembro, os socialistas e o executivo negaram a intenção de privatizar “setores estratégicos, nomeadamente a SATA e a EDA”.
Em março, no debate do orçamento regional, “no seu articulado, pela primeira vez abria-se a porta, por proposta do PS, a privatizar algumas empresas dos setores estratégicos”, num artigo que o PSD “votou contra”.
Duarte Freitas reiterou que as eleições deste ano “são disputadas num período muito difícil para o PSD/Açores”, o que exige preparação para “apresentar os melhores candidatos e os projetos mais credíveis”, sendo a sessão de sexta-feira um momento para isso.
Por outro lado, lembrou que dos atuais 19 presidentes de câmara nos Açores, só sete são do PSD e apenas quatro se podem recandidatar, o que exige um “grande esforço de mobilização e renovação”.
“Mas é também uma oportunidade de chamar gente nova, militantes e não militantes, para servir os nossos concidadãos”, afirmou, considerando que o PSD tem “excelentes candidatos”.