O líder do PCP nos Açores durante 27 anos, José Decq Mota, regressa à vida política ativa como primeiro candidato à Assembleia Municipal da Horta, sendo a lista da CDU à câmara encabeçada por Maria do Céu Brito.
As listas da CDU às autárquicas de 29 de setembro no concelho da Horta, ilha do Faial, Açores, foram hoje apresentadas, tendo José Decq Mota explicado, em conferência de imprensa, que decidiu candidatar-se por ter “consciência” da “gravidade da situação que se vive no país e da dificuldade dos tempos que se aproximam”.
“É necessário que na nossa Assembleia Municipal estejam deputados municipais convictos da importância democrática que tem o poder local”, sublinhou o candidato, que considera também “indispensável” que o grupo da CDU (atualmente composto por dois elementos) seja maior, para se evitarem os “poderes absolutos”.
Aos 64 anos, José Decq Mota, que foi também deputado à Assembleia Legislativa dos Açores em duas ocasiões diferentes e vereador da autarquia da Horta entre 2005 e 2009, entende que a CDU é a “verdadeira alternativa” à gestão do único concelho do Faial, que está entregue, há 24 anos consecutivos, ao Partido Socialista.
No seu entender, é necessário retirar a ilha “do buraco onde está metida”, quer por parte do PS, que geriu o município de forma “medíocre”, quer por parte do PSD e do CDS, partidos que acusa de estarem a “destruir o país” e que nestas eleições se apresentam coligados na Horta, juntamente com o PPM.
A candidata da CDU à presidência da Câmara Municipal da Horta é Maria do Céu Brito, 56 anos, professora de Filosofia, que também foi vereadora na autarquia entre 2005 e 2009 e que defende ser necessário voltar o município para as pessoas, sem, no entanto, as “instrumentalizar”.
“Voltarmo-nos para as pessoas e envolvê-las na gestão da vida pública, na definição das metas e das prioridades, na planificação das ações que traduzam melhorias efetivas das condições materiais de vida”, sublinhou.
Maria do Céu Brito defende um novo “modelo de desenvolvimento autárquico” assente em quatro princípios fundamentais: a participação de todos, a gestão descentralizada, a cogestão comunitária e a valorização das entidades locais.
“Ao enumerar estes princípios, não pretendo esgotar a construção coletiva do que será o programa eleitoral da CDU, mas apontar aquela que para nós continua a ser a prioridade da ação política: as pessoas, as comunidades, os seus problemas e os seus direitos”, frisou.
Lusa