O presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, disse hoje que as autarquias têm que ser “parte da solução” na crise atual, criticando o Governo da República, PSD e CDS por, afirmou, verem o poder local como “uma carga”.
Vasco Cordeiro, que é também o presidente do Governo Regional dos Açores, falava como líder dos socialistas na região, na abertura das II Jornadas Autárquicas do PS açoriano, na Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, que têm como título: “Autarquias: novos tempos, novos desafios” e reúnem diversos candidatos do partido nas eleições locais deste ano.
“A conjuntura que vivemos, por vezes, coloca a tentação, e infelizmente tem acontecido ao nível da República, de considerar o poder local como uma carga para o funcionamento do Estado”, afirmou, dando como exemplo as propostas de revisão da lei das finanças locais e a “extinção de freguesias” pelo executivo de Passos Coelho.
Para o líder do PS/Açores, estes são exemplos de que o Governo da República, PSD e CDS vêm o poder local como “um custo ou algo que pode ser sacrificado no altar das finanças públicas”.
Vasco Cordeiro defendeu a seguir que, na conjuntura atual, o poder local tem de, em primeiro lugar, ser reafirmado como “pilar fundamental a democracia e da organização do Estado”.
“E o momento que vivemos obriga necessariamente, se não a repensar a função e o papel das autarquias locais, pelo menos a alargar os seus horizontes e a ter uma perspetiva mais vasta daquele que deve ser o seu papel”, acrescentou.
Para Vasco Cordeiro, “os tempos presentes” exigem que o papel do poder local seja visto como indo para além da construção e garantia de infraestruturas.
“Os tempos presentes exigem uma abordagem por parte do poder local que deve considerar que está, também ele, obrigado – que deve estar também ele motivado – para a satisfação de três grandes objetivos: criação de emprego, apoio às famílias e dinamização económica”, acrescentou, sublinhando que “as autarquias têm possibilidade de contribuírem para a concretização desses objetivos”.
Vasco Cordeiro sublinhou ainda que quando o Governo da República opta por “descarregar austeridade em cima de austeridade sobre famílias, pensionistas, idosos e reformados”, o poder local tem de se “inspirar” cada vez mais “nos valores da esquerda democrática, do PS” e “tomar a dianteira num combate de valorização das pessoas e de todos aqueles que são alvo desses ataques”.
“Aqui nos Açores queremos seguir um caminho diferente, que não vê nas autarquias uma parte do problema, mas vê nas autarquias parte da solução”, afirmou.
Lusa
