Autonomia será julgada pela forma como acautelar soberania no mar – Frente Libertação dos Açores

O líder histórico da Frente de Libertação dos Açores (FLA), José de Almeida, afirmou hoje que a autonomia será julgada pela forma como conseguir acautelar a soberania da região na gestão do seu mar.

“Se esta autonomia não salvaguardar a soberania dos açorianos sobre o mar dos Açores, no que se refere à Constituição portuguesa, mais uma vez, só nos resta a luta pela independência”, afirmou, numa intervenção perante simpatizantes da FLA, em Ponta Delgada.
A FLA, que defende a independência dos Açores, assinalou hoje em Ponta Delgada o 38.º aniversário da manifestação de 06 de junho de 1975.
Nesse dia, cerca de 10 mil pessoas manifestaram-se no centro da cidade em defesa de soluções para problemas na agricultura e nos transportes, protesto que a FLA sempre reivindicou como sendo de apoio à causa da independência dos Açores.
Hoje, mais de 100 pessoas responderam ao apelo da FLA para assinalar a data, no Jardim Zenit, de Ponta Delgada,  “bastantes mais” do que no ano passado, disse José de Almeida à Lusa no final da concentração, estimando em cerca de 400 o número de assistentes.
“Esta autonomia, e a sua incapacidade de negociar com Portugal e a Europa, será julgada em parte pelo legado que nos deixará relativamente à nossa soberania e capacidade de ferir e usufruir do potencial económico e ambiental do mar dos Açores, como açorianos”, disse o líder histórico, na sua intervenção.
José de Almeida lembrou que, nos Açores, ao “pequeno território terrestre” se soma um “imenso território marítimo”, num total de quase um milhão de quilómetros quadrados que dá a Portugal uma área comparável à da Índia.
“Somos a grande fronteira da Europa para o novo mundo. É de um valor incalculável para Portugal e para a Europa o facto de a sua fronteira ser aqui e não nalguma praia da ponta de Sagres”, acrescentou.
José de Almeida repetiu ainda o apelo que fez no ano passado, na mesma data, aos jovens açorianos.
“Acredito que está na hora de uma nova geração de açorianos tomar conta da luta pela independência dos Açores”, afirmou.
Para José de Almeida, os Açores conquistaram até agora uma “autonomia castrada” e Portugal e os EUA (onde está a maior comunidade açoriana no estrangeiro) “são os dois países a privilegiar nos contactos para, em paz nos Açores, acontecer a independência”, já que a Europa está “perturbada por interdependências e indefinições”.
Dizendo que não pretende uma “independência a qualquer preço”, acrescentou também que sempre defendeu “não querer morrer nem matar por pátria nenhuma”, nem a sua.
Antes de José Almeida, fez também uma intervenção Mariana Pavão Ferreira, de 17 anos, que defendeu que “o processo de independência” dos Açores “começa agora”.

 

Lusa

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