No início desta semana, entre segunda e quarta-feira, aviões da TAP e da SATA sofreram embates de aves na pista das Lajes que provocaram estragos em dois aviões, originando atrasos significativos nas ligações aéreas que os aparelhos deveriam assegurar.
Eduardo Faria recordou que “a média de colisões (com aves nas Lajes) é de quatro por ano, sem consequências”, salientando, por isso, que “tem resultado bem” o plano geral de prevenção de acidentes com aeronaves e o plano para colisão com aves (birdstrike) que estão em vigor.
Por outro lado, o chefe do Estado-Maior da Zona Aérea dos Açores revelou que, ainda que informalmente, associações de protecção do ambiente “avisam os responsáveis militares nos períodos em que as aves migratórias estão a cruzar os céus dos Açores para evitar colisões em altitude”.
Segundo Eduardo Faria, o problema “já foi mais grave”, nomeadamente “quando existia um hangar dos militares norte-americanos, entretanto demolido, que originava a concentração de aves”.
“Nessa altura um especialista norte-americano sugeriu o uso de falcões, mas o número necessário, em conjunto com os tratadores, não era exequível”, recordou.
Por isso, foram adoptados os meios de ultra-sons, os canhões de ruído de tiros e as vistorias de hora a hora junto da pista, em particular nos momentos de aterragem ou descolagem, “todos eles agora reforçados”.
“De uma forma excecional, também a torre de controlo está a prevenir os pilotos das aeronaves da hipótese de se cruzarem com aves”, acrescentou.
Outra medida, já em implementação antes dos recentes embates, passa pelo “o melhoramento da drenagem da pista, de forma a evitar a existência de lençóis de água que prejudicam as aeronaves e são uma atração para as aves”.
A Base das Lajes possui três níveis de alerta para embates que são o ‘ligeiro’, até cinco aves avistadas, o ‘moderado’, quando são avistadas até 15 aves, e o ‘severo’, mais de 15 e até 30 aves avistadas, que pode impedir a utilização da pista.