O bastonário da OTOC sustentou, porém, que face às dificuldades actuais é expectável que os portugueses passem a reivindicar contra a “irresponsabilidade, incompetência e aventureirismo”.
Ao fundamentar a necessidade de mudanças na gestão financeira do país, Domingues Azevedo sublinhou que Portugal “não há hoje nem orçamento nem conta pública”, mas “um emaranhado de valores dispersos que ninguém controla e a que ninguém responsabiliza”.
O bastonário do OTOC questionou também a inexistência de técnicos de contabilidade na administração pública, realçando a “resistência” à mudança por parte dos funcionários, empenhados em manter as suas “quintinhas”.
Domingues Azevedo considerou ainda que em Portugal o “valor da cidadania nem sempre tem tido força para se opor ao ‘chico-espertismo”, factor que alegou explicar as “deficiências estruturais” do país.
Entre os participantes na conferência em Ponta Delgada do ciclo “Portugal, a soma das partes”, que já esteve em Faro e Aveiro, estiveram dois antigos secretários regionais das Finanças, Álvaro Dâmaso e Roberto Amaral.