O BCE, que faz parte da troika, remeteu hoje para a União Europeia e o FMI uma posição sobre o corte do ‘rating’ da dívida portuguesa.
“Não tomamos posição quanto à desclassificação de Portugal pela [agência de notação] Moddy’s, apesar de fazermos parte da troika”, afirmou fonte do gabinete de imprensa do BCE, citada pela Lusa.
“Quem está em destaque são as outras duas instituições: o FMI e a Comissão Europeia”, justificou a mesma fonte.
A agência de notação financeira Moody’s cortou na terça-feira em quatro níveis o ‘rating’ de Portugal de Baa1 para Ba2, colocando a dívida do país na categoria de ‘lixo’ (junk).
Em comunicado, a agência de notação financeira apresenta três razões que justificam esta revisão em baixa.
Por um lado, a Moody’s argumenta que existe o risco crescente de Portugal precisar de um segundo pacote de empréstimos internacionais antes de conseguir regressar aos mercados no segundo semestre de 2013.
Refere também que existe uma “possibilidade crescente de a participação dos investidores privados ser imposta como pré-condição” para esse segundo resgate, à semelhança do que está a ser estudado no âmbito de um segundo pacote de ajuda à Grécia.
Um terceiro argumento utilizado pela Moody’s prende-se com o agravamento dos receios de que Portugal não seja capaz de cumprir a totalidade das metas de redução do défice e da dívida acordadas com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, no âmbito do empréstimo de 78 mil milhões de euros.