A líder do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia Legislativa alertou para as consequências dramáticas das imposições do FMI – aceites por PS, PSD e CDS – para os Açores, porque além das medidas gerais para todos os portugueses, existem medidas específicas para os açorianos. Nomeadamente, o corte nas transferências do Estado para a Região, o aumento de 10% no IRS, IVA e IRC, revisão da Lei das Finanças Regionais, privatização da ANA.
“Com uma recessão de, pelo menos, dois anos no País, a Região vai ter a sua economia mais prejudicada, pois o nosso principal parceiro é o Continente. Isto só pode querer dizer mais desemprego, mais famílias em desespero, mais precariedade, mais jovens a ir embora, mais emigração de conhecimento e de qualificação”, lamentou Zuraida Soares, acusando os três partidos que assinaram o documento da ‘troika’ de se limitarem a seguir as indicações dos seus partidos a nível nacional, esquecendo a defesa dos interesses da Região, e justificando a defesa desta imposição negativa pelo FMI com “justificações rectóricas e vazias de conteúdo”.
A deputada do Bloco de Esquerda criticou ainda a introdução, já anunciada, de taxas moderadoras nos Açores salientando a incoerência do presidente do Governo Regional: “Há um ano, Carlos César proclamava que o verdadeiro espírito socialista estava vivo nos Açores, pois cá não havia taxas moderadoras. Agora, vai implementá-las. Que foi que aconteceu, Senhor Presidente? Perdeu-se o ímpeto socialista, na nossa Região?”.
Zuraida Soares chamou também a atenção para os perigos das políticas do PSD, que apesar de garantir que com a privatização da ANA os aeroportos dos Açores estão protegidos, e que, com a privatização da RTP, o canal regional está protegido, ainda não conseguiu explicar de forma é que isto irá acontecer.
“É incrível que PS, PSD e CDS queiram responsabilizar o Bloco de Esquerda pelo estado a que o País chegou. É preciso não esquecer quem esteve no poder nos últimos 35 anos”, concluiu a deputada do Bloco de Esquerda.