O BE/Açores exigiu a “divulgação imediata” do plano de reestruturação da SATA por parte do Governo Regional socialista, por entender que o “secretismo” sobre o futuro da companhia aérea é “inadmissível”.
“Se chegarmos ao dia das eleições sem conhecermos esse plano e o verdadeiro estado da empresa, estaremos perante um golpe na democracia por parte de um governo que esconde ao povo uma parte importante do seu futuro próximo”, criticou António Lima, líder dos bloquistas açorianos, em conferência de imprensa tida na cidade da Horta.
No entender de António Lima, a não apresentação do plano de reestruturação da transportadora açoriana antevê a possibilidade de “despedimentos” e de outras medidas impopulares.
Para o bloquista, o executivo socialista não quer divulgar agora esses dados para não comprometer o resultado das eleições legislativas regionais marcadas para o dia 25 de outubro.
“O que se conclui é que o Governo quer esconder aos açorianos o que fará à empresa e quer esconder aos seus trabalhadores as medidas gravosas que está a preparar”, adiantou António Lima, acrescentando que “o secretismo indicia medidas que vão doer, como, por exemplo, despedimentos”.
O deputado do Bloco de Esquerda lembrou também que “a SATA não é do Governo Regional e muito menos do PS”, que gere os destinos da região há 24 anos, e lamentou que o executivo se tenha remetido também ao silêncio em relação às queixas apresentadas pela Ryanair no Tribunal de Justiça Europeu contra a SATA, por alegada quebra das regras da concorrência.
“Sobre isto, o Governo remeteu-se ao silêncio. Percebe-se porquê: ainda há poucos meses, o Governo entregou mais de um milhão de euros à Ryanair, em mais um subsídio disfarçado de prestação de serviços”, recordou António Lima, que acusa o executivo açoriano de preferir “defender os negócios” com a companhia ‘low cost’ do que defender a SATA dos “ataques” da Ryanair.
A SATA solicitou recentemente um auxílio ao Estado, devido às dificuldades financeiras que atravessa, parte das quais resultantes dos impactos negativos que a pandemia da covid-19 provocou na avião comercial, em todo o mundo.
Lusa