“O Governo Regional está a tratar esta matéria com imensa falta de transparência e a armar uma manobra de diversão, que resulta num nim”, afirmou Zuraida Soares aos jornalistas, após uma reunião com a Comissão de Trabalhadores da EDA, em Ponta Delgada.
Face à eventual privatização da EDA, a dirigente bloquista diz que o Governo Regional tem-se recusado a ter um “discurso claro” sobre o futuro de uma “empresa estratégica”, onde detém 50,1%.
O grupo EDA é composto por sete empresas, das quais apenas duas têm tido resultados negativos, tem menos de mil funcionários e é detida pelo Governo Regional (50,1%), ESA (39,7%), EDP (10%) e outros (0,2%).
“Depois da decisão estar tomada, digam os partidos da oposição o que disserem, já não há nada a fazer, porque o PS tem maioria absoluta”, sustentou Zuraida Soares.
Na quarta-feira, o líder parlamentar do PS no Parlamento dos Açores, Berto Messias, afirmou que “não está no programa do Governo [Regional] uma posição contra a privatização da EDA, como não está uma posição a favor”, acrescentando que Vasco Cordeiro, quando era candidato à presidência do executivo da região e depois já como presidente do Governo, “foi muito claro relativamente à EDA: as coisas estão bem como estão, se houver alterações ou evoluções relativamente a essa questão, haverá uma comunicação ao parlamento, aos partidos políticos e aos açorianos”.
A 10 de maio, Vasco Cordeiro, afirmou que se houver uma decisão quanto a “uma eventual privatização da EDA”, essa questão será abordada no parlamento regional.
Vasco Cordeiro referiu-se ainda às declarações que fez durante a campanha para as eleições legislativas regionais de outubro passsado.
“A posição que nessa altura transmiti foi que com os dados de que tinha conhecimento, naquela altura, não se afigurava necessária a privatização nem da EDA nem na SATA. Posteriormente a isto, assumi um compromisso na Assembleia Legislativa Regional de se e quando essa perspetiva do Governo se alterasse, seria o parlamento o local onde o Governo explicitaria”, afirmou.
Hoje, Zuraida Soares afirmou ainda que, ao contrário do que disse o presidente do Conselho de Administração da EDA, haverá aumento de preços da eletricidade nos Açores se avançar a privatização da empresa.
“Basta ouvir as declarações feitas há dias pelo secretário da Energia que disse, claramente, que a subida de preços é inevitável”, disse Zuraida Soares.
Lusa