Para a coordenadora e deputada regional do BE/Açores, “foi isto e muito mais que teimaram em esconder durante toda a campanha eleitoral”.
Na sua intervenção, salientou que a entrada da ‘troika’ em Portugal “abriu um novo ciclo político”, com a assinatura de um acordo que “os partidos que o assinaram se recusaram a discutir, escondendo as suas implicações concretas na vida do povo português”.
Zuraida Soares frisou que essas “funestas consequências”, ao nível das pessoas, das famílias e das empresas, “não tardarão a ser conhecidas e durante sentidas”, reafirmando que o BE “continua convicto que outro caminho era possível”.
A líder do BE/Açores defendeu que cabe agora ao PSD “demonstrar que não enganou o povo português, tal como é legítimo exigir ao PSD/Açores que demonstre que não é retórica balofa a promessa de que ‘os Açores estão primeiro’”.
As transferências das verbas do IRS para as autarquias, a questão da eventual regionalização dos aeroportos açorianos, a situação da RTP/Açores e a renegociação do Acordo dos Lajes são questões que o BE pretende que o PSD responda “olhos nos olhos”.
No debate que se seguiu, Carlos César, presidente do executivo regional, acusou o PSD e o CDS-PP de terem “mentido aos açorianos” sobre a sua participação nas negociações com a ‘troika’.
“Os senhores mentiram aos açorianos e até esconderam que tinham participado nas negociações”, afirmou, acrescentando que, não só o PSD e o CDS-PP estiveram à mesa das negociações, como “não propuseram nada em defesa dos Açores”.
Carlos César salientou não saber se esta situação se deveu a um desinteresse na defesa dos interesses da região ou ao facto de “não terem nenhuma influência nas direcções nacionais” dos seus partidos.
Por seu lado, Duarte Freitas, líder parlamentar do PSD/Açores, criticou o presidente do governo por ter “usado em campanha” a realização de reuniões privadas entre o executivo e os partidos nos Açores durante as negociações com a ‘troika’.
“É vil que o senhor presidente tenha aproveitado esses encontros institucionais para fazer campanha política”, afirmou Duarte Freitas, acusando Carlos César de pretender iniciar uma “guerrilha contra o Governo da República” que será liderado por Passos Coelho.