O Bloco de Esquerda denunciou hoje que, a SATA – seguindo instruções do Governo Regional – acaba de “empurrar” dez jovens para o desemprego, numa ação que, tendo em conta o ‘timing’ escolhido, está a ser entendida como “uma forma de castigar os trabalhadores da SATA pelas suas reivindicações e de, simultaneamente, reduzir despesas com pessoal”.
Num requerimento entregue hoje no parlamento dos Açores, o Bloco de Esquerda pergunta ao secretário regional do Turismo e Transportes se este é o início do processo de reestruturação anunciado após a greve da SATA, e pede explicações sobre esta atitude que “é incoerente com os objetivos da Agenda para a Criação de Emprego e com a responsabilidade social desta empresa, da qual a Região é único acionista”.
Segundo o comunicado, trata-se de dez jovens que assinaram contratos de formação com a SATA, tendo frequentado durante dois anos a componente teórica do curso para obtenção de licença de técnico de manutenção aeronáutica, ministrado no continente, tendo após esse período, assinado contratos com a SATA, com a duração de seis meses, para iniciarem a componente prática desse mesmo curso, com a duração de mais dois anos de exercício profissional, o que lhes permitiria a obtenção da licença profissional, mas que dois dias após o primeiro período de greve na SATA, os dez jovens foram informados, pelo Conselho de Administração de que não iriam assinar novo contrato para concluir a formação que iniciaram.
O BE considera a situação, “no mínimo inusitada”, acrescentando que é a primeira vez “na história da SATA que a formação com vista à obtenção de licença de técnico de manutenção aeronáutica é interrompida a meio. E a motivação inerente a tal opção é, ainda mais duvidosa, tendo em conta que, recentemente, seis outros jovens iniciaram a sua formação prática”.
“A atitude da SATA para com estes dez jovens é não só desleal como castradora das suas carreiras profissionais, prejudicando o seu futuro, numa Região e num País onde o desemprego é elevado, e bastante penalizador dos jovens”, refere o requerimento do BE, que salienta ainda que, “ao excluir estes jovens, a SATA não só os prejudica como também perde o investimento feito ao longo de dois anos e meio na sua formação”.