A coordenadora do BE Catarina Martins manifestou hoje preocupação por nos Açores “se alimentar” cada vez mais “negócios privados”, defendendo a penalização dos socialistas nas ilhas nas próximas autárquicas.
“Preocupa-nos extraordinariamente que os Açores sejam cada vez mais uma forma de alimentar negócios privados e não aquilo que devem ser, que é a autonomia ser utilizada para responder às necessidades e especificidades concretas da população”, afirmou Catarina Martins, na Horta, ilha do Faial.
A coordenadora do BE falava no final de uma reunião com a direção da Associação de Agricultores da Ilha do Faial, em que acompanhou o candidato independente à câmara da Horta João Stattmiller, a quem o Bloco manifestou apoio.
Para Catarina Martins, o Governo Regional dos Açores, socialista, tem tomado “opções que agravam a crise que vem do Governo de direita da República” e que “entregam bens públicos” a “grandes corporações económicas”, a quem assim se garantem “rendas”, mas sem haver contributo para o desenvolvimento da região.
A coordenadora do BE referiu o caso do setor dos resíduos, com o projeto da “megaincineradora” para S. Miguel e a “privatização de serviços em curso no Faial”.
Para Catarina Martins, são necessários, pelo contrário, “projetos que criem emprego, que criem desenvolvimento, ligados à capacidade de produção local”, além de “capacidade para responder à emergência social, nos serviços públicos que são responsabilidade das câmaras”, num altura de “grande fragilidade” por causa da crise.
Catarina Martins sublinhou que temas como “o desenvolvimento económico”, a “produção”, o “setor primário” e o “combate à privatização de grandes setores públicos como o tratamento de resíduos” são “bandeiras” da campanha do BE nas autárquicas nos Açores .
Assim, considerou que a 29 de setembro os açorianos vão ser chamados a optar entre “dar mais força ao PS, que tem apostado na privatização e entrega do que é coletivo aos grandes interesses das corporações económicas privadas”, entre “fazer oposição ao PS dando força à política de direita” que conduziu o país “ao desastre” ou entre “coragem de mudar” e colocar nas autarquias “quem seja a sua voz”.
Catarina Martins pediu por isso aos açorianos para terem “coragem de mudar” e votarem nos candidatos apoiados pelo BE, partido que “está a ganhar força a nível do poder local”, referindo que muitos independentes se aliaram ao partido nestas eleições.
“Vamos ganhar forças para podermos proteger o que é de todos, proteger a dignidade, responder à emergência social e fazer o nosso país crescer”, afirmou.
Lusa