BE diz que Chega defende autonomia “comandada a partir de Lisboa”

O líder do BE/Açores, António Lima, afirmou hoje que o Chega é um partido que “não serve os Açores”, uma vez que encara as autonomias regionais como um sistema que pode ser “comandado a partir de Lisboa”.

A posição do líder parlamentar do BE na Assembleia Regional surge depois de o líder nacional do Chega, André Ventura, ter pedido hoje ao Chega/Açores para retirar o apoio ao Governo Regional.

“As declarações do deputado André Ventura, o que demonstram, é a visão e a forma como o Chega e ele próprio encaram a autonomia, porque a veem como um sistema que pode ser comandado a partir de Lisboa”, afirmou António Lima à agência Lusa.

Para o bloquista, um partido que “vê a autonomia, uma conquista da democracia, desta forma” não interessa nem aos Açores nem ao país.

“O chefe decide, manda os subordinados das ilhas e eles fazem o que chefe quer. Isso demonstra que o Chega não serve os Açores. Não é um partido que interesse, de forma alguma, aos açorianos”, declarou.

A Direção Nacional do Chega pediu hoje ao Chega Açores para retirar o apoio ao Governo regional, acabando com o acordo de incidência parlamentar, anunciou o líder do partido, André Ventura, no parlamento.

Em conferência de imprensa, André Ventura justificou a retirada de apoio ao Governo açoriano com a postura manifestada reiteradamente pelo líder do PSD, Rui Rio, de rejeitar acordos pós-eleitorais com o Chega.

Também hoje, o deputado único do Chega na Assembleia dos Açores, José Pacheco, disse que ainda está em “negociações” com o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) salientando que é sua a “última palavra” sobre o apoio ao executivo.

“A última palavra há de ser minha. Estamos em conversações. Até sexta-feira vamos amadurecer isso tudo. Satisfeito [com o Governo Regional], eu não ando”, declarou José Pacheco à agência Lusa.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

No arquipélago, PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.

A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com a IL.

 

 

Lusa

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