A indigitação do líder do PSD, José Manuel Bolieiro, é uma “decisão naturalmente legítima do representante da República”, declarou à Lusa António Lima, coordenador regional do Bloco de Esquerda, acrescentando que, “tendo em conta a aritmética parlamentar, o conjunto de forças que foram eleitas, a opção para um governo de direita era bastante provável que surgisse”.
O bloquista diz, no entanto, que o que não esperava “era que o PSD abdicasse de muitos dos seus princípios para fazer um acordo escrito com o Chega, abdicando de um historial de um partido com valores humanistas, e que tivesse abdicado desses princípios para chegar ao poder”.
Ainda assim, o deputado garante que o “Bloco de Esquerda participará nesta legislatura, fazendo aquilo que se comprometeu a fazer, lutando por uma região mais justa, mais solidária, que tenha atenção às desigualdades sociais da região, que melhore os serviços públicos”.
O partido prepara-se para “continuar a lutar”, mas não acredita “que este governo tenha soluções para os grandes problemas que a região enfrenta”.
Assume-se, por isso, como “a oposição a este governo, frontalmente, a um governo que é apoiado por um partido que tem princípios antidemocráticos”.