O Bloco de Esquerda (BE) anunciou hoje ter pedido a audição, na Assembleia da República, do reitor da Universidade dos Açores (UAç), tendo em conta a situação de “colapso” da academia açoriana.
“A Universidade dos Açores encontra-se em situação de colapso. Neste momento, não consegue garantir o pagamento de despesas correntes essenciais e assiste-se a falhas generalizadas: falta de material para aulas práticas e laboratórios e de consumíveis como toner para as impressoras ou papel higiénico, redução de vigilantes e falhas na manutenção de equipamentos, incluindo revisão de extintores e elevadores”, refere o requerimento assinado pelo deputado Luís Fazenda.
O BE alertou que “está em causa a capacidade de funcionamento da instituição, bem como a segurança de toda a comunidade escolar”.
Além do pedido de audição do reitor, o BE enviou também perguntas ao Governo da República relacionadas com “a grave situação por que passa a Universidade dos Açores”.
O BE refere que “os governos nacional e regional conhecem a situação mas nada têm feito” e que “a falência da instituição é iminente”, prevendo-se mesmo que, “ainda este verão, a universidade deixe de conseguir pagar as contribuições para a Caixa Geral de Aposentações. E no início do ano letivo é provável que não consiga sequer pagar salários”.
O BE quer que Nuno Crato esclareça “se o Governo pretende reduzir a oferta de cursos da UAç, apesar de esta ser a única instituição que garante o acesso a estudos superiores no arquipélago; se pretende obrigar a academia a reduzir, mais uma vez, o número de professores e bolseiros; e quais são as perdas calculadas dos programas de investigação abandonados devido aos cortes nas transferências do orçamento de estado para a UAç, que garantiam receitas necessárias ao funcionamento da instituição”.
Recentemente a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda Catarina Martins, que esteve de visita a São Miguel, alertou para a situação “limite” daquela universidade devido aos cortes do Orçamento de Estado.
“O que nós ficámos a saber nesta reunião é que durante os meses de verão a universidade já não será capaz de pagar as suas obrigações à Caixa Geral de Aposentações e, no início do próximo semestre, está mesmo em causa a capacidade da universidade pagar os salários. Isto significa que, se nada for feito, os Açores vão perder a sua Universidade. Isso é retroceder mais de um século, é retroceder mais do que ao tempo em que não havia universidade”, salientou, na altura, após um encontro com a reitoria da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada.
Lusa