“É o momento certo para pegarmos na matéria do trabalho e no ataque indigno que o Governo da República e a Troika estão a fazer aos trabalhadores e à dignidade do trabalho e fazer com que na nossa região usando a prerrogativa do nosso estatuto possamos fazer algumas alterações a este Código do Trabalho”, afirmou Zuraida Soares aos jornalistas.
A coordenadora regional falava à margem das Jornadas Parlamentares do BE/Açores sobre “Adaptação do Código do Trabalho à Região Autónoma dos Açores”, onde participou a deputada Mariana Aiveca.
Zuraida Soares disse que uma das matérias prende-se com “as profundas diferenças salariais em empresas do continente instaladas na região e que, para o mesmo posto de trabalho e mesma função se dão ao luxo de pagar menos nos Açores do que pagam a um trabalhador do continente”.
“E não contentes com isto ainda fazem outra coisa: quando os trabalhadores mudam de ilha o salário vai progressivamente diminuindo para a mesma função e categoria profissional. Isto é, quase que me atrevia a dizer que é inconstitucional e no mínimo indigno e desvalorizador do trabalho”, denunciou, frisando que se tratam de matérias onde “uma alteração ao Código do Trabalho à luz do Estatuto Politico Administrativo pode fazer alguma diferença”.
A dirigente apontou ainda para “discriminações negativas e inqualificáveis a que as mulheres trabalhadoras são sujeitas na região”, alegando que “geralmente ganham razoavelmente menos do que os homens na mesma função e na mesma categoria profissional”.