O líder do Bloco de Esquerda (BE) nos Açores, António Lima, anunciou o voto contra do partido à proposta de Orçamento do Governo Regional para 2019, advogando que os bloquistas representam a “verdadeira política alternativa” à do PS.
“A direita nos Açores, em particular o PSD, não é mais do que um agente lobista dos poderosos para acelerar e aprofundar a política do PS: entregar mais recursos públicos a quem mais tem”, sustentou o parlamentar do BE, falando no encerramento da discussão na generalidade das propostas de Plano e de Orçamento para 2019.
Para o Bloco, PS e PSD estão de acordo em “privatizar e concessionar setores públicos estratégicos essenciais para os Açores”, criticando António Lima a eventual alienação de parte da SATA Internacional, o “retirar à região da condução estratégica da empresa e o “retirar das mãos públicas” de um “poderoso instrumento de intervenção económica”.
O deputado do BE criticou ainda os níveis de investimento previstos para a saúde, “baixíssimos, medíocres”, sinalizando que, na República, o facto de o Governo liderado por António Costa ser “condicionado” pelas forças à esquerda tem sido “determinante para a melhoria das condições de vida que as famílias e empresas têm sentido”.
“As propostas do BE são claras e exequíveis. Elas apontam um caminho de maior justiça social, retirando um pouco dos privilégios aos que mais têm para distribuir por quem mais precisa, atacando assim as desigualdades sociais”, disse António Lima.
O combate à “chaga” da precariedade e a integração de professores contratados “com mais de três anos de serviço” foram também propostas apresentadas pelos bloquistas.
A proposta de Orçamento dos Açores para 2019, cujo debate e votação sucedem até sexta-feira, tem um valor global de 1.604,8 milhões de euros e pretende ser, diz o executivo regional, um documento de “confiança” e “previsibilidade” no trajeto económico.
Dos mais de 1,6 mil milhões de euros do orçamento, um total de 205,6 milhões de euros diz respeito a operações extraorçamentais.
“Prevê-se que as despesas de funcionamento dos serviços e organismos da administração regional atinjam os 887,5 milhões de euros, sendo financiadas quase integralmente pelas receitas próprias, que se estimam em 742,3 milhões de euros, o que corresponde a uma taxa de cobertura de 83,6%”, indica a proposta.
Lusa