Perante a maior enchente da temporada, talvez a melhor de sempre no Estádio Municipal da Figueira da Foz, cinco golos na etapa inicial, quatro deles no espaço de 20 minutos, tornaram este confronto num jogo louco.
Os figueirenses chegaram a ter dois golos de vantagem – Fábio Júnior (02 minutos) e Bolívia (12) aproveitaram pouco usuais deslizes defensivos do Benfica -, mas, quando as individualidades “encarnadas” acordaram, acabou o sonho figueirense.
Weldon, com um “bis” (16 e 18) e Di Maria (38) levaram o Benfica a vencer para o intervalo. Na etapa complementar, o Benfica sentenciou a partida com o 20.º golo de Cardoso, que igualou o portista Falcão no topo da lista dos “artilheiros”.
A Naval, que não perdia em casa desde dezembro de 2009 (Sporting, 1-0), apresentou-se para esta partida com um suporte de 29 pontos, numero que desde logo lhes garantia a quase tranquilidade na manutenção.
Augusto Inácio comparativamente com o “onze” que jogara e saíra derrotado em Matosinhos, por 1-0, prescindiu de Real, Giuliano e Marinho, permutando-os pelo defesa Gómis e os médios Lazaroni e Godemèche.
Por sua vez, Jorge Jesus deparou-se com alguns dilemas. A indisponibilidade de Saviola, Luisão a recuperar de lesão, e ainda a eventualidade de ter de fazer alguma gestão de esforço de algumas unidades face ao jogo de Liverpool, dos quartos de final da Liga Europa.
Jorge Jesus colocou Luisão em teste e ganhou o jogador, Ruben Amorim substituiu Ramires e Aimar recuou ao meio-campo para o lugar que tem sido ocupado por Carlos Martins, enquanto Weldon ganhou a titularidade ao lado de Cardozo, no lugar de Saviola.
Apenas dois minutos foram necessários para que uma das equipas chegasse ao golo. Aconteceu para os da Naval, que na primeira vez que se aproximou da baliza de Quim inaugurou o marcador, por Fábio Júnior, que passou duas vezes por David Luiz.
A Naval empolgou-se e, volvidos cinco minutos, colocou em xeque a defesa do Benfica, valendo na ocasião Quim a opor-se a remate de Camora.
O quase inacreditável aconteceu na passagem do minuto 12, quando Bolívia marcou pela segunda vez, após ter sido assistido por Fábio Júnior, que ganhou a bola a Maxi Pereira.
O ritmo da partida aumentou, e o Benfica não se deixou atordoar, respondendo aos 16 minutos, com o primeiro tento de Weldon, numa recarga após duas defesas de Peiser a remates de Maxi.
O jogo ficou reaberto, e o Benfica não teve de esperar muito tempo para anular a vantagem, já que ao minuto 18 apareceu novamente Weldon na cara do golo a colocar as equipas em igualdade, na sequência de um canto.
Finalmente as individualidades do Benfica começaram a fazer a diferença, quando Di Maria marcou o terceiro (38), um tento que já não trouxe a marca da surpresa.
Entretanto, no intervalo dos cinco golos marcados pelas duas equipas o Benfica ainda desperdiçou duas oportunidades de desfeitear Peiser (20 e 34) minutos, a Naval também não foi diligente aos 36, com Quim a negar o golo a Camora.
Dez minutos foram o tempo que duraram as expetativas da Naval para a segunda metade. Weldon recuperou uma bola considerada perdida, assistiu Cardozo e este rematou de primeira, Peiser defendeu com os pés e o paraguaio não perdoou na recarga.
Os dois técnicos entraram na guerra de bancos, Jesus privilegiou o meio-campo lançando Carlos Martins e Ramires, Inácio tentou dar maior força ofensiva e lançou dois avançados, Marinho e Michel.
Ao minuto 70, Fábio Júnior desperdiçou de forma incrível na cara de Quim, na resposta Carlos Martins rematou estrondosamente ao travessão.
O final da partida aconteceu com o Benfica a tentar ainda mais um golo as principais ocasiões de golo surgiam dos lances de bola parada, mas diga-se a acontecer seria castigo demasiado pesado para o labor dos homens da casa.