A líder do PSD/Açores considerou hoje que os cortes nas prevenções médicas nos hospitais decididos pelo governo são “cegos”, alegando podem colocar em “risco” a qualidade da prestação de cuidados de saúde aos utentes.
“Ninguém é contra a racionalização dos custos e a boa gestão. Somos contra que se façam cortes sem levar em linha de conta a opinião dos chefes de serviço, sem que seja feito um estudo para saber onde é que se deve cortar e, sobretudo, que se corte na área médica quando ainda não se viram cortes na área administrativa”, afirmou Berta Cabral, em declarações aos jornalistas.
A líder social-democrata falava no final de uma reunião com o conselho médico dos Açores da Ordem dos Médicos, integrada na ronda de contactos com os parceiros sociais para preparar a discussão do Plano e Orçamento da Região para 2011.
A presidente do PSD/Açores salientou que, nos últimos anos, a despesa dos hospitais da Região “tem crescido mais na área administrativa do que na área médica”, defendendo que a questão seja estudada de forma “rigorosa”, de forma a que os cortes financeiros sejam os “adequados”.
“Tem que haver um diagnóstico rigoroso para se fazerem os cortes que são necessários neste setor, mas que sejam os adequados e não cortes cegos, atingindo, porventura, áreas que são essenciais para os utentes”, disse.
Berta Cabral lamentou também que o governo regional “tenha chamado tarde” os profissionais de saúde para que dessem a sua opinião sobre o processo de racionalização de custos nos hospitais do arquipélago.
“O secretário regional da Saúde está a fazer agora o que já deveria ter feito, podendo pôr em risco os cuidados de saúde”, frisou.