A líder do PSD/Açores anunciou hoje que o partido vai apresentar na próxima semana no parlamento uma proposta para a criação de uma linha de crédito para regularização de dívidas das empresas ao fisco e à segurança social.
“O PSD irá apresentar na Assembleia Legislativa dos Açores uma iniciativa legislativa para que o governo regional, em conjunto com as instituições financeiras, defina uma linha de crédito para regularização de dívidas das empresas a nível fiscal e das contribuições para a segurança social. O crédito concedido deverá ter um período de amortização de cinco anos, com um ano de carência. A referida linha deve prever o pagamento integral dos respetivos encargos financeiros por parte do governo regional”, afirmou Berta Cabral, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD/Açores, que decorreram na ilha de São Jorge.
A líder social-democrata salientou que a criação desta linha de crédito vai permitir que muitas empresas, sobretudo do setor da construção civil, “regularizem a sua situação contributiva, acedam a novos negócios e recebam por trabalhos já executados, ao mesmo tempo que ganham condições para se candidatarem aos apoios públicos disponíveis para o relançamento da economia”.
Berta Cabral referiu que as medidas de combate à crise apresentadas pelo executivo socialista, “embora positivas a determinados níveis, revelaram-se ineficazes para a sustentação da economia açoriana, porque umas foram desadequadas e outras foram insuficientes”.
Segundo a presidente do PSD/Açores, a Região vive “um momento difícil”, dado que tem uma “economia demasiado aberta” para não sentir os efeitos das variações nos mercados internacionais.
“Não faz sentido ocultar a realidade aos açorianos. Eles sentem as dificuldades na pele. Não vale a pena fazer de conta que a crise não existe, nem vale a pena iludir as pessoas com a ideia de que as dificuldades decorrem apenas da conjuntura externa. O governo regional não pode “sacudir a água do capote, porque também ele tem muitas culpas no cartório”, frisou.
A líder social-democrata sublinhou que o executivo socialista “limitou-se sempre a atirar dinheiro para os problemas em vez de encontrar as soluções sustentáveis”, considerando que “os governos não existem para fazer o que é fácil”.
“Nestes momentos difíceis, os açorianos exigem dos governantes mais trabalho, maior rigor e melhor capacidade de resolução dos problemas. Exigem liderança e não tibieza. Anseiam por uma esperança no futuro e não por um desânimo conformado com este estado de coisas. Os açorianos desejam e merecem um futuro melhor”, afirmou.
Berta Cabral considerou também que o governo regional se “acomodou às imposições nacionais para não criar ondas e ficou a remar contra a maré, desvalorizando a situação que entretanto – e por isso mesmo – se agravou”.
A líder social-democrata acrescentou que o presidente do governo regional se “desculpa agora com avisos para Lisboa, como quem salta da nau quando ela começa a afundar, dizendo que não concordará com o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) se ele for prejudicial para os Açores”.
“Está na altura é de agir e não de avisar, porque avisar e depois sofrermos as consequências não resolve nada. Aliás, quando se avisa é porque essa questão já está colocada”, alertou.
A propósito dos efeitos do PEC na Região, a presidente do PSD/Açores questionou ainda “onde está a suposta influência nacional” dos socialistas açorianos, frisando que “é nos momentos difíceis que a liderança se impõe e a solidariedade se exige”.