A líder do PSD/Açores considerou hoje que a Região precisa que o governo regional “fale verdade” sobre o estado da economia, alegando que só assim se criam “boas medidas” para enfrentar a crise.
“É assumindo a realidade, com isenção e com verdade, que se desenham boas medidas. Só a verdade dos números permite conceber as soluções de que a economia açoriana tanto necessita”, afirmou Berta Cabral, na abertura das jornadas parlamentares do PSD/Açores, que decorrem na Praia da Vitória.
A líder social-democrata salientou que os agentes económicos “precisam de conhecer, com verdade, a realidade em que se inserem”, dado que “só assim estarão habilitados a tomar as decisões mais adequadas”.
Segundo Berta Cabral, “os governos nacional e regional teimam em mascarar a realidade para daí obterem dividendos do foro exclusivamente partidário”.
“Na economia esse comportamento paga-se caro”, sublinhou.
De acordo com a presidente do PSD/Açores, “só a posse de informação verdadeira permite desenhar as melhores medidas e vencer os obstáculos que vão surgindo na evolução do tecido económico”.
“Os empresários dos Açores não precisam de um governo que se limite a decretar, por mera auto-convicção, o princípio e o fim da crise económica”, referiu.
Para a líder social-democrata, os empresários açorianos “precisam de um governo que despenalize os impostos, que permita a regularização faseada das dívidas ao fisco e à segurança social, que termine com o Pagamento Especial por Conta, que altere a cobrança do IVA, que lance no mercado obras públicas de pequena e média dimensão adequadas ao tipo de empresas sedeadas nos Açores”.
“Já não se espera deste governo que governe melhor. Mas exige-se deste governo que fale verdade”, frisou.
Berta Cabral acrescentou que o desemprego “é o maior dos problemas que a economia açoriana enfrenta actualmente” e considerou que “não vale a pena iludir a realidade porque as empresas e as famílias sabem e sentem que esta é a verdade”.
A líder social-democrata classificou, igualmente,como “preocupantes” as estatísticas disponíveis relativas aos sectores da agricultura, pescas, turismo, construção civil e comércio dos Açores.
“O mesmo governo que quis recolher os louros dos números bons, deve agora assumir as culpas dos números maus”, afirmou.