Mais de três centenas e meia de crianças e jovens das ilhas de São Miguel e do Faial visitaram esta semana o navio ‘Santa Maria Manuela’, um clássico bacalhoeiro da frota branca portuguesa, que durante anos pescou na Terra Nova e agora pertence à Sociedade Francisco Manuel dos Santos, e que está nos Açores, a caminho das ilhas das Flores e do Corvo, para realizar a expedição oceanográfica ‘Blue Azores Expedition’, que vai decorrer durante o mês de junho, tendo em vista explorar e documentar a biodiversidade marinha do Grupo Ocidental do arquipélago, localizado na placa tectónica americana.
Estas visitas, integraram-se nas atividades desenvolvidas no âmbito do projeto MISTIC SEAS e tiveram como objetivo sensibilizar as crianças e os jovens para a importância do conhecimento sobre o mar e para a proteção e valorização do ambiente marinho do arquipélago, tendo o ‘Santa Maria Manuela’, sido visitado, enquanto esteve no Porto de Ponta Delgada, por mais de uma centena de alunos das escolas básicas integradas da Lagoa, Água de Pau e Roberto Ivens.
No Porto da Horta, o navio foi visitado por alunos do Colégio Castelinho, do Colégio de Infância de Santo António, da Escola Básica e Integrada da Horta, do Curso de Eletricidade Naval da Escola Profissional da Horta e do ensino especial da Escola Secundária Manual de Arriaga.
Sobre a ‘Blue Azores Expedition’, que se enquadra num programa mais vasto que irá decorrer durante os próximos três anos, o Diretor Regional dos Assuntos do Mar afirmou que o “objetivo central” da expedição, em que participam investigadores da Região, é contribuir para a “conservação informada do meio marinho” do arquipélago, acrescentando que está também prevista a produção de documentários que “contribuam para a literacia dos oceanos e para a divulgação do mar dos Açores no arquipélago, no país e à escala global”.
Filipe Porteiro salientou que a ‘Blue Azores Expedition’ conta também com o navio ‘Gago Coutinho’, do Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa, que está a mapear os fundos oceânicos envolventes das ilhas do Corvo e das Flores, e com a lancha de investigação açoriana ‘Águas Vivas’, que, em breve, vai juntar-se a esta frota para mapear as zonas costeiras destas duas ilhas, mapeamento esse que permitirá “programar com grande acuidade o trabalho de exploração e documentação da biodiversidade marinha” por mergulhadores com escafandro autónomo, nas zonas menos profundas, mas também pelo robô submarino ‘LUSO’, da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, que se encontra a bordo do navio ‘Gago Coutinho’, e por câmaras subaquáticas suspensas, desenvolvidas por investigadores do IMAR.
“A iniciativa irá desvendar as belezas do mar das Flores e do Corvo de uma forma sem precedentes”, assegurou Filipe Porteiro.
Esta é um iniciativa promovida pela Fundação Oceano Azul e pela Waitt Foundation, em parceria com o Governo dos Açores, através da Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, a National Geographic, o IMAR, da Universidade dos Açores, o Instituto Hidrográfico e o Observatório do Mar dos Açores.
Açores 24Horas