Desde 2004 que os Açores dispõem de seis boias ondográficas, que servem para monitorizar em tempo real o estado do mar junto às ilhas e cujos dados são utilizados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“Estas boias pertencem à Associação para o Estudo do Ambiente Insular e, além da monitorização do estado do mar, os dados recolhidos ajudam a fazer a climatologia da agitação marítima no arquipélago”, afirmou o investigador da Universidade dos Açores e membro desta associação, Eduardo Brito de Azevedo, acrescentando que o projeto teve início em 2004.
Os Açores estão hoje sob aviso vermelho, o mais grave numa escala de quatro, devido à agitação marítima, prevendo o IPMA que até às 06:00 de segunda-feira ocorram “ondas de nove a dez metros, podendo atingir os 18 metros de altura máxima, especialmente na costa norte das ilhas”.
O aviso vermelho, o mais grave numa escala de quatro, significa “situação meteorológica de risco extremo”.
De acordo com os dados disponibilizados, em tempo real, pelas boias ondográficas, através da página da internet www.climaat.angra.uac.pt, a onda mais alta registada hoje, às 17:40 (mais uma hora em Lisboa), atingiu 9,91 metros de altura e localizava-se junto às ilhas do Faial e do Pico.
Eduardo Brito de Azevedo adiantou que, das seis boias existentes na região, há uma, localizada junto a Vila do Porto, ilha de Santa Maria, que não está a funcionar, prevendo-se que só no início de 2017 volte a ficar ativa, uma vez que “a reparação terá de ser feita na Holanda”.
“Estamos a falar de equipamentos caros e tecnologia de ponta, sendo que cada boia custa cerca de 50 mil euros”, referiu o investigador universitário, que dirige o Centro do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais da Universidade dos Açores, sediado na ilha Terceira.
A Associação para o Estudo do Ambiente Insular é a entidade gestora do Observatório do Ambiente dos Açores.
Devido às condições marítimas adversas, a Atlânticoline, empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas nos Açores, cancelou hoje as viagens que tinha previsto para ligar as ilhas do Faial, Pico e São Jorge, no grupo central do arquipélago.
Lusa