Sem entrar em comentários concretos sobre o líder do Chega, André Ventura, e uma eventual nova posição do partido devido a questões nacionais, Bolieiro declarou, em entrevista à RTP/Açores e Antena 1/Açores, não temer pela estabilidade do governo, vincando a “estabilidade dos acordos estabelecidos”.
“Estou submetido à vontade do povo, do parlamento, e no quadro do cumprimento dos acordos realizados bem como do Programa de Governo”, disse, na entrevista aos jornalistas João Simas e Lília Almeida.
Para o presidente do executivo açoriano, “tudo foi feito para garantir” a estabilidade do atual governo, formado por PSD, CDS e PPM.
“Tudo o resto é dinâmica democrática e o sentido de responsabilidade de cada um”, concretizou.
O presidente do Chega adiantou hoje que se vai reunir na sexta-feira com o presidente do Governo dos Açores e líder do PSD no arquipélago, não sobre as recentes regionais, mas sim abordando “perspetivas para o futuro”, nomeadamente as autárquicas.
“Não viemos aqui falar de eleições regionais, viemos falar de perspetivas para o futuro, de eleições autárquicas que o país vai ter”, declarou André Ventura aos jornalistas.
Falando em Ponta Delgada antes de um encontro com os dois deputados do Chega nos Açores e com dirigentes regionais, o presidente nacional do partido não quis comentar uma eventual nova posição sobre o acordo entre o Chega açoriano e PSD, CDS e PPM na região, fundamental para a existência do executivo do arquipélago.
Ventura lamentou a posição nacional de PSD e CDS no que refere às autárquicas, acrescentando “nunca” ter visto algo como o entendimento entre os líderes de sociais-democratas e centristas, assente num único “objetivo”, a exclusão do Chega de conversações sobre as próximas eleições para as autarquias, juntas e assembleias municipais.
André Ventura garantiu ainda que irá falar novamente aos jornalistas na sexta-feira sobre a solução governativa nos Açores e outros temas.
O PS perdeu em outubro, nas legislativas regionais, a maioria absoluta que detinha há 20 anos nos Açores, elegendo 25 deputados.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.
A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o Iniciativa Liberal, somando assim o número suficiente de deputados para atingir uma maioria absoluta (29).