“Sem surpresa, mas com renovado espírito de missão e sentido de responsabilidade democrática e política, sou recandidato a presidente do PSD/Açores”, anunciou o também líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), na sede do partido em Ponta Delgada.
E acrescentou: “O futuro não pode parar ou inverter o rumo reformista nas prioridades do sucesso na agenda social de desenvolvimento que propomos na nossa governação”.
Bolieiro foi eleito pela primeira vez presidente dos sociais-democratas açorianos em dezembro de 2019, com 98,5% dos votos, numa eleição em que era o único candidato.
Em outubro de 2020, candidatou-se às eleições legislativas regionais, nas quais o PS foi o partido mais votado, elegendo 25 parlamentares, mas perdeu a maioria absoluta.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo para formar governo, contando ainda com o apoio parlamentar de Chega e Iniciativa Liberal, terminando com 24 anos de governação do PS nos Açores: de 1996 a 2012 com Carlos César, de 2012 a 2020 com Vasco Cordeiro.
O líder do PSD/Açores lembrou que aquando da primeira candidatura nas eleições internas procurou afirmar uma “oferta de alternativa de governação para os Açores” face a um “excesso de domínio do PS, já de tendência autocrática”.
Bolieiro defendeu que “em tão pouco tempo já muito foi feito”, enaltecendo várias políticas do Governo Regional como a redução fiscal, a criação da Tarifa Açores (que permite viagens aéreas a 60 euros entre ilhas) e a “valorização das carreiras profissionais” na saúde e educação.
“Não é justo que quem esteve estes últimos oito anos de governo e que alcançou os piores resultados de uma contínua governação de 24 anos, sem capacidade inovadora, beneficiário dos recursos da prosperidade europeia (…) exija hoje, sem pudor ético democrático, tudo de uma nova governação”, declarou.
O social-democrata disse repudiar “os ataques que só a angústia da perda do poder tem justificado” e reiterou o “apelo à estabilidade” e o “compromisso” do PSD em “respeitar a pluralidade democrática”.
“Não é tempo de voltar atrás, nem de recuar, revogando as recentes conquistas de mudanças que melhoraram e melhoram a nossa vida”, apontou.
José Manuel Bolieiro considerou ainda “prioridades” da “governação” a realização de “reformas na educação”, na “qualificação”, na “saúde”, na “mobilidade”, na “ciência” e nas “economias verdes e azul”.
Sobre se o PSD se vai submeter às eleições regionais de 2024 coligado com o CDS-PP e o PPM (como consta do acordo escrito de governação firmado entre os partidos), Bolieiro disse que a “estratégia” vai ser definida num congresso que vai “anteceder a preparação das legislativas regionais de 2024”.
“Se há coisa que não abdico é da minha coerência e da honra aos meus compromissos”, ressalvou.
As eleições internas do PSD/Açores foram marcadas para 04 de junho e o congresso regional do partido irá decorrer nos dias 15, 16 e 17 de julho, na ilha de São Miguel.
Lusa