“A zona marítima de Rabo de Peixe tem recolha de resíduos todos os dias, inclusivamente ao domingo, mas algumas pessoas continuam a lançar lixo nas rochas”, afirmou Maria do Céu Estrela em declarações à Lusa, a propósito da campanha desenvolvida durante toda a semana para eliminar o passivo ambiental de uma das localidades mais populosas dos Açores.
A operação ‘Lixo Zero em Rabo de Peixe’ incidiu na orla costeira e envolveu cerca de 200 pessoas, entre as quais bombeiros, militares, funcionários autárquicos, escuteiros, trabalhadores de empresas privadas e voluntários.
A campanha, uma iniciativa conjunta da Junta de Freguesia e do Governo Regional, permitiu a recolha de “muitas toneladas de detritos” da mais variada natureza, desde peças de máquinas de lavar roupa e louça, a plásticos e linhas de pesca, mas a autarca frisou que a tarefa tem de continuar.
Para Maria do Céu Estrela, além de investir na limpeza continuada da costa, importa apostar numa mudança de comportamentos, considerando que esta operação teve o mérito de suscitar “vergonha” à “minoria que prevarica”.
“Essa minoria está a sentir-se envergonhada do que tem feito”, frisou, salientando ser “incompreensível” que algumas pessoas “se deem ao luxo de lançar às rochas o colchão ou o fogão”, quando o carro de recolha deste tipo de resíduos lhes passa à porta.
A autarca disse acreditar que este tipo de comportamentos tende a desaparecer nesta vila piscatória com cerca de nove mil habitantes, referindo que os jovens se manifestam particularmente sensíveis ao problema.
Como sinal dessa sensibilidade, Maria do Céu Estrela relatou o caso de uma criança que lhe se lhe dirigiu para “contar um segredo”, que a avó tinha colocado o lixo na rocha.
A presidente da autarquia local referiu ainda que há residentes de localidades limítrofes que lançam o seu lixo em Rabo de Peixe, admitindo a necessidade de estender a limpeza do passivo ambiental a outras zonas da vila, além da orla costeira.
Maria do Céu Estrela reconheceu ter sido reduzido o número de moradores da freguesia envolvidos na operação, mas declarou-se confiante que, “com o tempo, se persistirmos, vão envolver-se mais”.