“O estudo técnico que está em elaboração tem em conta a construção de uma gare, o impacto ambiental e a preservação dos achados arqueológicos que se encontram depositados no fundo da Baía de Angra do Heroísmo”, assegurou.
O secretário regional da Economia falou segunda feira à noite em Angra do Heroísmo perante cerca de 150 pessoas que participaram no primeiro de uma série de debates promovidos pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira sobre a intenção do executivo regional de construir um terminal de cruzeiros na baía da cidade património mundial.
Este ciclo de debates, denominado ‘Angra Cidade Transatlântica – Que futuro’, decorre até junho, com a participação de personalidades do mundo político, económico, empresarial e cultural, tendo em vista apurar o impacto da construção de um terminal de cruzeiros na baía que acolheu as naus dos Descobrimentos.
Vasco Cordeiro frisou que a construção do terminal não representa “um ato de imitação do que foi feito noutras ilhas”, salientando que a escolha resulta “do potencial que encerra a relação da cidade Património Mundial com o mar, contribuindo para a sua valorização”.
“O principal impacto dos turistas de cruzeiros não é na hotelaria mas no comércio e na restauração”, afirmou, acrescentando que o Terminal de Cruzeiros de Angra do Heroísmo se integra “numa estratégia regional como destino turístico de cruzeiros, incluindo os temáticos” que terão por base os portos de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.
Os participantes neste debate, mais do que questionar se a obra deve ou não ser realizada, quiseram saber porque se escolheu Angra do Heroísmo para construir o cais de cruzeiros, se ele não coloca em perigo os achados arqueológicos existentes na baía e se existe um estudo de viabilidade económica.
Relativamente aos achados arqueológicos, Vasco Cordeiro assegurou que “a lei criada pelo governo regional para a sua proteção vai ser rigorosamente cumprida”.
No que se refere à viabilidade económica de um cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo, o secretário regional da Economia salientou que “os primeiros dados” indicam que ela existe.
“Sem esse estudo, que garanta que o investimento tem retorno, não haverá qualquer financiamento da União Europeia e nós queremos que o apoio seja dado e, por isso, os dados estão ainda a ser trabalhados”, afirmou.
Depois de recordar que a promessa de construir o terminal de cruzeiros em Angra do Heroísmo não foi contestada pelos partidos da oposição em dois atos eleitorais sucessivos, Vasco Cordeiro defendeu que esta obra “visa objetivamente privilegiar Angra do Heroísmo, valorizando também a promoção e projeção do destino Açores”.
Com esta opção, Angra do Heroísmo ficará com a vertente de passageiros, enquanto o Porto Oceânico da Praia da Vitória, também na Terceira, será vocacionado para o movimento de cargas.