O PSD da Praia da Vitória denunciou ontem que o orçamento municipal está “comprometido, durante 30 anos, em cerca de um milhão de euros anual”, dadas as transferências que a câmara municipal “terá de efectuar, até 2038, face ao que está contratualizado com a empresa municipal Praia em Movimento, entidade agora responsável por várias das obras anunciadas para o concelho”, esclareceu, em conferência de imprensa, o presidente da concelhia social-democrata.
Paulo Ribeiro criticou o que considera “uma falta de respeito e de sentido de responsabilidade” por parte da câmara presidida por Roberto Monteiro, uma vez que “em nome de todos os habitantes do concelho, a autarquia comprometeu os próximos sete mandatos e meio a pagar obras da sua autoria e vontade, sendo que no caso de 2008 a parcela hipotecada com esse sistema corresponde a 5,5% da receita municipal”, esclareceu.
“Serão as gerações futuras a pagar a ostentação e o novo-riquismo do actual executivo socialista”, lamentou aquele responsável do PSD, lembrando que “esta mesma câmara, ao iniciar funções, emanou a queixa de uma dívida imensa que herdara do anterior executivo, mas que em ano e meio estava paga, dai se concluindo que afinal a gestão tinha sido bem encaminhada e correcta”, ao contrário desta “gestão adiada que agora ocorre e que não é mais do que um endividamento encapotado a longo prazo”, referiu.
Em termos de valores, Paulo Ribeiro apresentou a lista de transferências relativa “ao contratualizado no passado dia 9, e que é bem superior a estimativas anteriores”, e onde se pode aferir que “em 2009 o montante para a Praia em Movimento é de 113 mil e 500 euros, mas em 2010 já sobe para 291 mil euros e em 2011, atente-se, está fixado em 937 mil euros, o valor mais elevado até 2038, onde ainda se têm de transferir 403 mil euros”. No total, e finda esta contratualização, “são 29 milhões e 700 mil euros que já estão comprometidos”, assegurou.
“Leve agora e pague depois, poderia ser o lema desta administração municipal, com o slogan quem vier feche a porta a resumir bem a sua actuação”, disse Paulo Ribeiro, para quem este modelo de gestão financeira “dá os resultados como os da crise financeira mundial que se vive actualmente, parecendo decalcado do levado a efeito no concelho de Angra por Sérgio Ávila, também com os resultados que bem conhecemos”, explicou.
Relativamente ao que esta acusação poderá provocar junto da autarquia, Paulo Ribeiro antevê “os ataques do costume ao PSD, utilizando a câmara o contraditório apenas para dizer que estamos a ser demagógicos e contra as obras, o que não é verdade”. Segundo o líder da concelhia laranja, o PSD não está contra as obras, queremos é que haja transparência e verdade na gestão do dinheiro dos praienses, e isso não tem acontecido”, concluiu.