A nove horas do fim da campanha de financiamento internacional para salvar o priolo foram recolhidos 13.500 dólares (10,2 mil euros) de doações oriundas de pessoas da Austrália, Nova Zelândia, EUA, Canadá, França, Espanha, Brasil e Portugal, disse hoje à Lusa Joaquim Teodósio, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). A campanha de financiamento internacional ‘crowdfunding’ (financiado pela sociedade civil), e que arrancou em janeiro, tinha o objetivo de angariar 28 mil dólares (21.500 euros), mas a poucas horas de terminar apenas se deve atingir “50% desse valor”, afirmou o ambientalista. O dinheiro vai ser utilizado para continuar o trabalho de conservação do priolo que uma equipa de 22 pessoas leva a cabo, designadamente através da replantação da floresta laurissilva em S. Miguel e do controlo das “plantas invasoras” que ameaçam o habitat da pequena ave, uma das mais ameaçadas da Europa, explicou Joaquim Teodósio, responsável também pelo Projeto Laurissilva Sustentável. Ao proteger e conservar a floresta laurissilva, está a proteger-se o priolo, dando-lhe casa e alimento, acrescentou Teodósio, referindo que a pequena ave – de pouco mais de 15 centímetros de altura e 30 gramas de peso -, se alimenta de sementes, plantas e flores da floresta laurissilva, existente no lado oriental da ilha de S. Miguel, a zona mais montanhosa. O maior donativo (2.500 dólares) foi feito por um cidadão australiano ligado ao turismo de natureza. Em meados do século XX, o priolo foi dado como uma “espécie extinta”, muito por causa da destruição da floresta de laurissilva, contou Joaquim Teodósio. A floresta laurissilva – que na Madeira está classificada pela UNESCO desde 1999 como património mundial -, é um dos habitats, no mundo com maior índice de diversidade de plantas por quilómetro quadrado. Na laurissilva as plantas mais comuns são as lauráceas como o loureiro, o vinhático ou o til.
Lusa