Segundo informa a APF, durante o mês de Agosto as pessoas podem ir à sua sede em Ponta Delgada (na Rua das Cabaças nº 17) para obterem preservativos femininos, havendo 500 unidades disponíveis.
No dia 1 de Agosto, a associação vai estar também no concerto dos Reamonn, em Ponta Delgada, com uma banca com materiais informativos e com preservativos femininos e masculinos. Para além disso, na primeira quinzena de Agosto a APF vai ter uma tenda montada nas praias das Milícias, de Água de Alto e de Santa Bárbara, para efectuar a distribuição de preservativos femininos (e também masculinos) e prestar esclarecimentos sobre a sua utilização a todas as pessoas interessadas.
A APF não tem ainda as datas definidas para cada uma das praias, mas é certo que cada acção durará um dia em cada uma daquelas praias.
O preservativo feminino é considerado pela Associação para o Planeamento da Família como o único método disponível, de iniciativa da própria mulher, capaz de a proteger, quer face a uma gravidez indesejada, quer sobretudo face às infecções sexualmente transmissíveis, como a Sida, que se desenvolve a partir do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).
O preservativo feminino quer também desmistificar a ideia de que este é apenas para o homem, valorizando a iniciativa da mulher na sua protecção sexual.
“O preservativo feminino nunca teve grande aceitação entre nós”, admite em entrevista ao Açoriano Oriental o responsável pela APF nos Açores, Adelino Dias, para quem o preservativo feminino assume maior importância para aquelas mulheres cujos companheiros “não são pessoas muito colaborantes, recusando-se a usar o preservativo”. Mas, feminino ou masculino, continua a ser o preconceito, muito mais do que o seu preço ou a dificuldade no seu acesso, o grande entrave à maior utilização do preservativo.
Qual será então a melhor forma de combater esse preconceito? Para Adelino Dias, a melhor forma é “a educação e o falar-se destas coisas. Infelizmente, só falamos hoje com mais à-vontade do preservativo graças a esta situação terrível que é a da Sida”, lamenta o responsável nos Açores pela APF, para quem “o que está em causa aqui é a vida e não podemos colocar os preconceitos acima da possibilidade das pessoas se defenderem de doenças mortais”.
A iniciativa da APF surge no ano em que foi apresentada em Portugal a primeira campanha de promoção do preservativo feminino no contexto da prevenção do VIH/Sida, mas também quando se assinalam os 15 anos desde a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, onde foi assinado o compromisso de acesso universal aos serviços e cuidados de saúde sexual e reprodutiva.
in AO