O presidente da Federação das Pescas dos Açores, Liberato Fernandes, apelou, esta segunda-feira, aos candidatos ao parlamento europeu para que defendam os interesses específicos do sector, considerando que o trabalho desenvolvido em anteriores mandatos “não está concluído”
“Contamos com uma boa colaboração dos deputados eleitos pelos Açores no mandato que agora termina e que, em geral, assumiram a defesa dos interesses do sector, mas este é um processo que não está concluído”, afirmou Liberato Fernandes, que falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, no final de uma reunião com a candidata do PSD/Açores ao Parlamento Europeu, Maria do Céu Patrão Neves.
Para o dirigente associativo, é preciso demonstrar na União Europeia que os interesses específicos dos Açores e Portugal ao nível do mar “não são comuns” aos dos restantes estados membros e que só com a responsabilização das populações das regiões costeiras ao nível da gestão dos recursos marinhos será possível preservá-los.
“Num momento em que Portugal pretende aumentar a jurisdição sobre o mar, é importante que não deixe que a área que já tem seja gerida por outros”, frisou Liberato Fernandes, que saiu do encontro “convicto” da vontade da candidata do PSD/Açores em continuar o trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, Duarte Freitas.
Até ao momento, mais nenhum candidato ao Parlamento Europeu solicitou uma reunião com a Federação das Pescas dos Açores, revelou Liberato Fernandes, assegurando, no entanto, estar sempre “disponível para dialogar”.
No encontro realizado, esta segunda-feira, em Ponta Delgada, Maria do Céu Patrão Neves, candidata do PSD/Açores ao Parlamento Europeu, quis conhecer as dificuldades do sector e recolher contributos para integrar na proposta do partido para o Livro Verde da Política Comum de Pescas.
“O PSD/Açores tem uma proposta já elaborada para apresentar, mas não quisemos enviá-la sem ouvir quem trabalha no sector”, disse Maria do Céu Neves, escusando-se, no entanto, a revelar pormenores do documento, que será apresentado publicamente em breve.
A discussão europeia sobre esta matéria prolonga-se até ao final deste ano.
Maria do Céu Patrão Neves defendeu a necessidade das autoridades açorianas assegurarem uma melhor gestão dos recursos marinhos, comprometendo-se a defender no Parlamento Europeu, caso seja eleita a 7 de Junho.
“Vivemos, sem duvida nenhuma, numa política comum, também de exploração das pescas, mas isso não significa que não tenhamos de nos bater por aquilo que são as nossas necessidades especificas”, sustentou a candidata, elegendo a sustentabilidade social e do meio ambiente com dois pontos fundamentais nesta área.