“Para acabar com as suspeições sobre o Governo dos Açores e sobre as empresas da região que se candidataram às Agendas Mobilizadoras”, os consórcios vão deixar cair as propostas, e o processo será reiniciado, anunciou hoje o presidente do Governo Regional, à margem da sessão plenária da Assembleia Legislativa Regional, e onde teve lugar esta terça-feira, um debate de urgência promovido pelo PS/Açores, sobre esta matéria, com a “falta de transparência” do processo na ordem dos trabalhos.
A divulgação de que o processo vai “começar do zero” foi feita com a garantia do Executivo da República de que as empresas da Região não perderão “nem um cêntimo” dos 117 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) alocados, “no domínio nacional”, ao investimento nos Açores, afiançou José Manuel Bolieiro.
“Comecemos bem, de novo”, defendeu o presidente do Governo sobre todo o processo, para quem “não é aceitável” um “clima de suspeição” sobre estas verbas, acrescentando que este é “um assunto sério”, e garantindo ter escutado as dúvidas “que os açorianos e os seus representantes” no Parlamento demonstraram quanto a este processo.
“Mesmo que custe muito a quem perdeu o poder, nós somos diferentes. Eu sou diferente”, disse ainda, reconhecendo abertura para “eliminar todas as dúvidas” e “recomeçar, com serenidade e mais comunicação” um novo processo.
Questionado sobre se “deixa de fazer sentido” a proposta para que seja constituída uma Comissão de Inquérito, que deu hoje entrada no Parlamento Açoriano, subscrita pelo Grupo Parlamentar do PS/Açores, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal e PAN, com o objetivo de garantir o “cabal esclarecimento da forma como foram elaboradas as Agendas Mobilizadoras e da forma como foram, também, cumpridos princípios fundamentais como a Transparência, a Legalidade, a Imparcialidade e a Igualdade dos potenciais beneficiários no acesso às mesmas”, Bolieiro responde que “quem não deve não teme”, manifestando que “a oportunidade de ajudar esclarecer é sempre boa”, assumindo-se disponível “para que em nome da transparência e do interesse publico e geral, possamos todos contribuir para o bem dos Açores” disse.